Saúde

Você tem dúvidas sobre Acidentes Vasculares Encefálicos?

O médico José Olímpio respondeu às principais perguntas que ele recebe quase que diariamente

13/06/2018 às 09h34, Por Maylla Nunes

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De acordo com o Ministério da Saúde, a cada cinco minutos um brasileiro morre em decorrência de um Acidente Vascular Encefálicos (AVE), contabilizando mais de 100 mil mortes por ano. Com isso, o AVE tornou-se a segunda principal causa de morte no Brasil e a principal causa de incapacidade no mundo.

Mesmo com esses números alarmantes, muitas pessoas não possuem informações acerca do assunto. O médico José Olímpio, coordenador da Divisão de Ecografia Vascular do Cetrus – escola de diagnóstico por imagem para médicos – respondeu às principais perguntas que recebe quase que diariamente. Confira a entrevista abaixo e esclareça as suas dúvidas a respeito da doença.

É possível prevenir um AVE? Como?

José Olímpio – Sua prevenção é possível e se baseia no controle dos principais fatores de risco cardiológico. Assim, o adequado controle da pressão arterial, níveis de colesterol e glicose dentro das metas estabelecidas e a cessação do tabagismo diminuem a incidência do AVE.

Por que o AVE é mais frequente em mulheres do que em homens?

José Olímpio – As doenças cardiovasculares de modo geral se tornam mais frequentes em mulheres, após o climatério (fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários). Dados epidemiológicos, que são aqueles extraídos da observação, associam esta maior frequência à perda da proteção determinada pelos hormônios femininos.

Quais os fatores que contribuem para a doença?

José Olímpio – Os fatores que mais incidem na doença são a hipertensão arterial, o diabetes mellitus, as taxas elevadas de colesterol sanguíneo e o tabagismo. A estes fatores modificáveis se associam fatores genéticos (predisposição familiar).

Esta é uma doença que se tornará mais frequente em decorrência do estilo de vida que as pessoas estão levando?

José Olímpio – Sim. Algumas caraterísticas da vida moderna se associam ao aumento da incidência de doenças cardiovasculares. Devemos ressaltar os hábitos alimentares e o sedentarismo que têm resultado em obesidade frequente, aumento da pressão arterial e das taxas de glicose e colesterol, fatores associados ao AVE.

É mais frequente em que faixa etária?

José Olímpio – A incidência é maior em pacientes idosos, acima dos 60 anos.

O que é possível verificar por meio dos exames de imagem?

José Olímpio – Métodos complementares, incluindo os exames de ultrassonografia vascular (estudo das artérias carótidas e vertebrais), podem evidenciar alterações subclínicas, ou seja, que não determinam sintomas, que representam marcadores prognósticos para o AVE.

É possível detectar a presença de placas de gordura nas artérias com destino ao cérebro (carótidas e vertebrais). Estas placas podem determinar obstrução destas artérias ou sofrer processos degenerativos e se fragmentarem, acarretando obstrução de pequenos vasos sanguíneos intracranianos.

Nesse contexto, quais as vantagens para a carreira dos médicos que fazem uma pós-graduação em diagnósticos por imagem?

José Olímpio – Inicialmente, gostaria de ressaltar a importância já mencionada das doenças cardiovasculares e de seu diagnóstico precoce associados ao envelhecimento da população, o que torna o Programa Completo de Aperfeiçoamento em Ecografia Vascular com Doppler muito interessante pela crescente solicitação de exames. Os exames de Ecografia Vascular com Doppler têm aspectos técnicos e de interpretação bastante particulares, o que requer formação específica.

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