Educação

5 países que lideram o setor de cursos a distância no mundo

Enquanto Brasil tem um dos maiores números de cursos técnicos online, países asiáticos se sobressaem na qualidade dos métodos e do volume de programas oferecidos

01/06/2018 às 09h27, Por Maylla Nunes

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Acorda Cidade

O EAD está rapidamente se tornando um fenômeno majoritário na maioria dos países ao redor do mundo, como a recente pesquisa Free Online Courses, Recruitment and the University Brand, do instituto internacional ICEF, mostrou. A facilidade e conveniência que o modelo oferece apela para um público localizado em diferentes lugares, especialmente aquele que tenta balancear trabalho, família e outras obrigações com um curso universitário.

Alguns países melhoraram seus cursos online mais do que outros, liderando o setor não apenas em termos de número de programas, mas também na variedade deles, além de inovações nos métodos de aprendizagem, que dependem das melhorias nas redes de comunicação e nas conexões à Internet em distintos lugares do mundo.

A seguir, o Acorda Cidade mostra alguns dos países que estão ganhando o jogo quando o assunto são cursos a distância, apesar de outros provavelmente não estarem tão distantes também por causa do fenômeno da expansão da conexão.

Índia

A Índia está protagonizando um papel central no aumento de oportunidades de aprendizagem online por sua popularização na Ásia. Nas últimas décadas, o país desenvolveu numerosas universidades de nível mundial, como a Sikkim-Manipal University, da cidade de Gangtok, capital da província de Sikkim, e faculdades que estão se tornando rapidamente destinos para estudantes do continente asiático. Como consequência, seus programas à distância estão vivendo um boom da mesma intensidade.

Parte da explosão desse interesse se originou de preocupações econômicas: como muitas pessoas na Índia não podem ficar dois ou mais anos fora do mercado de trabalho enquanto estudam, as escolas passaram a oferecer graduações a distância para ajudar a resolver o problema. Os programas esperam trazer até US$ 1 bilhão (R$ 3,4 bilhões) em receitas até 2020, de acordo com o ICEF. Nos últimos anos, instituições de ensino estadunidenses também passaram a atuar no mercado de educação indiano, oferecendo cursos no Massachusetts Institute of Technology (MIT), por exemplo.

Coreia do Sul

A Coreia do Sul está liderando hoje a área de inovações nas metodologias de cursos a distância motivada pelo que o país tem de mais forte: a indústria tecnológica e a velocidade de sua conexão à Internet. Nos anos recentes, um número grande de universidades sul-coreanas começaram a oferecer cursos online – hoje o país tem cerca de 17 instituições com programas neste modelo, todas elas com facilidades e softwares de última geração.

No entanto, há ainda algumas barreiras ao ensino online na Coreia do Sul: uma delas é o estigma que a sociedade mantém sobre a qualidade dos cursos a distância e o alto valor que é dado para o aprendizado face-to-face. Segundo a ICEF, a tendência mundial é que esse "preconceito" não fique no caminho do desenvolvimento de programas online de educação no país, que já usa seus recursos não apenas para ensinar coreanos, mas também trazer estudantes de outros países ao oferecer mais cursos em inglês e promovendo a habilidade de entregar o que já estão chamado de "smart learning" ("aprendizado inteligente", em tradução livre).

A Coreia do Sul também está trabalhando para encorajar mais estudantes do país a se matricular, cursar e participar de atividades virtuais, usando até mesmo os games – o esporte mais popular sul-coreano – como um apoio.

Estados Unidos

Os Estados Unidos são, sem dúvida, o líder mundial em educação online hoje, com centenas de universidades à distância e milhares de cursos oferecidos nessa modalidade. Um estudo feito pela consultoria Sloan Consortium em 2011 mostrou que ao menos 6 milhões de alunos nos EUA estavam cursando ao menos um programa virtual naquele ano – o que significa um em cada três estudantes matriculados no nível superior do país.

Outros dados chegam a indicar que as matrículas em cursos online nos Estados Unidos estão se sobrepondo às da educação superior como um todo, com um crescimento de 10% de alunos entre 2010 e 2011 em relação ao aumento de 2% do setor como um todo. Em resposta ao novo fenômeno, 65% das instituições de ensino superior do país hoje dizem que o aprendizado à distância é uma parte crítica de suas estratégias de longo prazo.

Os EUA, além do mais, não são apenas os líderes em termos de números, mas também nos modelos de aprendizado: muitas universidades prestigiadas do país oferecem ao menos um curso online, e algumas delas desenvolveram programas de nível superior completos ou de mestrado e doutorado.

Entre as mais influentes está Harvard, que iniciou um grande projeto de ensino a distância em 2012 ao lado da Massachusetts Institute of Technology (MIT) que hoje já abriga mais de 100 cursos de diversos níveis, certificados e exigências. A maioria deles é gratuita.

Brasil

O caso brasileiro é específico pelo grande número de cursos de pós-graduação oferecidos para alunos que esperam entrar mais qualificados no mercado de trabalho. O último censo da Associação Brasileira de Ensino a Distância (ABED), do ano passado, mostra que a categoria de especialização lato sensu é a que possui mais ofertas de cursos no país: são 1.098 grades totalmente à distância.

Em relação a alunos matriculados, no entanto, a modalidade de pós-graduação fica atrás apenas dos que estão cursando uma graduação a distância: hoje, são cerca de 135 mil graduandos em licenciatura e 49 mil pós-graduandos lato sensu – o que totaliza mais de 200 mil pessoas matriculadas em cursos online tirando o número de estudantes de cursos técnicos online.

Considerando essa terceira modalidade, o Brasil se destaca ainda mais: os dados da ABED mostram uma expansão significativa na oferta de cursos técnicos a distância no país nos últimos dez anos, indo de 66 em 2006 para 219 no ano passado – um crescimento real de 213%. Em 2016, o Brasil tinha quase 56 mil alunos matriculados em cursos técnicos a distância.

Austrália

A educação à distância se tornou uma opção popular na Austrália para aqueles que querem voltar aos bancos escolares sem deixar a carreira de lado – um crescimento que foi dirigido pela crise econômica entre 2008 e 2009. Nos últimos cinco anos, o mercado de educação online cresceu quase 20% e a expectativa é que chegue a valer US$ 4,6 bilhões até esse ano. 

Os líderes do mercado australiano são instituições conhecidas dos brasileiros, como a Kaplan e a Open Universities Australia, que recruta estudantes sul-americanos para intercâmbios no país oceânico e agora passaram a oferecer plataformas a distância. A ideia das universidades australianas é continuar crescendo no setor por meio de alunos asiáticos, onde o mercado mundial espera crescer com mais vigor nos próximos 10 anos. 

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