Dia Internacional da Tireoide
Saiba mais sobre hipertireoidismo, hipotireoidismo e câncer de tireoide
Endocrinologista do Hospital Santa Paula fala sobre os principais sintomas e tratamentos
25/05/2018 às 08h18, Por Maylla Nunes
Acorda Cidade
No dia 25 de maio é lembrado o Dia Internacional da Tireoide, uma glândula em formato de borboleta que fica na parte da frente do pescoço e é responsável por produzir hormônios que regulam o organismo e controlar o processo metabólico.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, aproximadamente 10% das mulheres acima de 40 anos e 20% das acima de 60 anos manifestam alguma complicação na glândula. Nos homens, é mais comum desenvolver hipotireoidismo a partir dos 65 anos, mas vale reforçar que pessoas de todas as idades estão sujeitas a desenvolver doenças ligadas à tireoide.
O mau funcionamento da glândula pode causar problemas em órgãos importantes como coração, cérebro, fígado e rins. Dentre as doenças da tiroide estão o hipertireoidismo, hipotireoidismo e o câncer de tireoide.
A endocrinologista do Hospital Santa Paula, Claudia Liboni, explica cada uma dessas doenças:
Hipertireoidismo: se desenvolve quando há uma produção excessiva dos hormônios da tireoide – T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). A causa mais comum é a chamada Doença de Graves, que faz com que o sistema imunológico produza anticorpos que estimulam a glândula. O excesso de iodo presente em alguns medicamentos também pode acarretar no hipertireoidismo.
Os principais sintomas, no caso da Doença de Graves, são aumento dos batimentos cardíacos, suor excessivo, tremor de extremidades, perda de peso (mesmo, às vezes, com aumento de apetite), intestino solto, alterações menstruais, fraqueza, queda de cabelo, insônia e ansiedade. Estes podem ser sinais do excesso de hormônios da tireoide. Além disso, a doença pode afetar também globo ocular, levando ao aparecimento de olhos saltados, que doem quando movimentados, ficam vermelhos, lacrimejando e com desconforto quando expostos à luz.
O tratamento pode ser feito com medicamentos como o metimazol ou o propiltiouracil (PTU), para abaixar os níveis dos hormônios tiroidianos, iodo radioativo ingerido em líquido ou em cápsulas e captado pelas células tiroidianas, que serão destruídas, ou cirurgia para remover a glândula que produz excessivamente os hormônios.
Hipotireoidismo: se desenvolve quando há uma queda na produção dos hormônios da tireoide T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Muitas vezes, o hipotireoidismo é causado por uma inflamação conhecida como “Tireoidite de Hashimoto”, relacionada à falta ou ao excesso de iodo na dieta. A doença também ocorre após cirurgia de retirada da tireoide, após tratamento com iodo radioativo ou com radioterapia na região do pescoço.
De acordo com o Instituto da Tireoide, uma em cada 10 mulheres com mais de 65 anos apresenta sinais de hipotireoidismo. São eles: depressão, cansaço, diminuição dos batimentos cardíacos, intestino preso, menstruação irregular, falhas de memória, dores musculares, pele seca, queda de cabelo, ganho de peso (por retenção de líquidos) e aumento de colesterol no sangue.
O hipotireoidismo é tratado com reposição hormonal, feita por meio de medicação oral diária.
Câncer de tireoide: o histórico de radiação na região do pescoço e de casos deste tipo de câncer na família são fatores de risco para que se desenvolva o tumor.
A grande maioria dos nódulos de tireoide é benigna, mas quando são muito grandes ou estão associados ao aumento dos gânglios linfáticos e/ou à rouquidão, aumenta-se a suspeita de um tumor maligno na tireoide.
O tratamento deste tipo de câncer é cirúrgico, pela retirada total da glândula e, em alguns casos, com complementação terapêutica com o iodo radioativo.
“Para diagnosticar as alterações hormonais da tireoide, exames de sangue devem ser feitos a partir dos sintomas clínicos ou de rotina em pacientes de risco. Já nos casos de aumento do volume do pescoço ou aparecimento de nódulos, o exame mais indicado é um ultrassom de tireoide. Surgindo alguma alteração, um especialista deve ser procurado”, afirma a Dra. Claudia.
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