Educação

Dia do Vestibulando: como lidar com a preparação para esta etapa?

Apenas 1,1 milhão conclui a graduação entre 3 milhões de ingressantes

24/05/2018 às 14h23, Por Andrea Trindade

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Tunísia Cores

Chegar ao final do ensino médio representa para o estudante o fim de um ciclo importante, o da educação básica, que traz à tona a necessidade de refletir sobre qual profissão escolher. Segundo relatório do Ministério da Educação (MEC) sobre a primeira edição de 2018 do Sistema de Seleção Unificada, um dos processos seletivos que viabilizam o ingresso em instituições públicas de ensino superior do Brasil, os cinco cursos mais procurados do Sisu são Medicina, Administração, Direito, Pedagogia e Educação Física. Nesta quarta-feira, 24 de maio, data em que se comemora o Dia do Vestibulando, é momento ideal para refletir sobre como o estudante lida com a preparação para esta etapa.

“Busco adquirir conhecimento no curso e ampliar ele porque o vestibular vai muito além. É importante que o emocional esteja preparado. Tem que vencer o cansaço diário porque a preparação não acontece de uma hora para a outra. Não é fácil responder a prova com tranquilidade e aplicar todo o conhecimento que foi adquirido durante o ano”, destaca a estudante Bárbara Jade de Matos Cardoso, de 17 anos, que está fazendo um curso preparatório para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). “É ansiedade durante um ano, mas o que faço é trabalhar mais as minhas dificuldade e não estudar só o que tenho mais afinidade porque todos os assuntos caem na prova”, complementa.

Números do Censo da Educação Superior 2016, divulgados no segundo semestre de 2017 pelo Ministério da Educação (MEC), indicam a oferta de 10,6 milhões de vagas em cursos de graduação nas instituições de ensino superior da rede privada (93%) e pública (7%). As vagas novas representaram 73,8% da oferta e as vagas remanescentes, 26,0%. Apesar dos números, apenas 3 milhões de alunos, aproximadamente, ingressaram na graduação e pouco mais de 1,1 milhão de estudantes concluíram a educação superior.

O autoconhecimento é fundamental para que o estudante saiba com quais áreas se identifica e o que mais gosta de fazer. Associar os próprios gostos às profissões possíveis é uma etapa importante assim como pesquisar bastante sobre cada uma delas e entender quais carreiras podem ser seguidas. Nos colégios, o Serviço de Orientação Educacional (SOE) pode contribuir para que os estudantes decidam com mais segurança sobre qual profissão devem seguir. “O SOE recolhe informações sobre os cursos ofertados nas universidades. Nós montamos um acervo e permitimos que os alunos tenham acesso às informações sobre grade curricular, carreiras e mercado de trabalho”, destaca Fabiana Nascimento, coordenadora pedagógica do ensino médio do Colégio BJ, instituição parceira do Educa Mais Brasil.

Embora existam estudantes mais decididos, muitos ainda sentem uma certa insegurança quanto ao futuro. Mesmo no caso específico de Bárbara Jade, que está decidida sobre cursar Arquitetura e Urbanismo, são consideradas as outras carreiras dentro da área. “Pretendo conhecer um pouco mais entrando no curso mas, pela visão que tenho agora, prefiro trabalhar com a Arquitetura de Interiores”, pontua.

Entre as iniciativas que estão ao alcance dos colégios está a realização de feiras de profissões, com a elaboração de um guia de carreira; visita aos espaços físicos de universidades locais; ciclos de palestras com profissionais que têm a mesma graduação, mas seguiram carreiras diferentes, entre outras.

“Nós percebemos que, quando o estudante tem contato com essas iniciativas, eles se surpreendem. Não imaginam que a graduação permita atuação em determinadas áreas. Isso chama atenção até para mudar de curso porque eles tinham tomado a decisão imaginando um perfil específico e depois descobrem que não era exatamente aquilo que queriam”, comenta Nascimento. No estado em que trabalha, algumas universidades adotam o Sistema de Seleção Seriado (SSA) e por isso as iniciativas permitem a participação de todos os estudantes do ensino médio. “Os alunos devem escolher o curso já no ato da inscrição. Como o estudante do 3º ano tem menos tempo para decidir, nós apresentamos as possibilidades ainda no 1º ano do ensino médio”, completa.

Atualmente, os principais processos seletivos para a graduação são o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), programa do Governo Federal que possibilita o ingresso nas universidades públicas; o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (Prouni), ambos viabilizando a graduação em universidades particulares. Todos eles adotam as notas do Enem como, pelo menos, um dos critérios de seleção. Daí está a importância do exame.

Em paralelo, o vestibular tradicional ainda é uma das formas de ingresso nas universidades e faculdades brasileiras, as quais definem as próprias regras de seleção. O crescimento da demanda pelo ensino superior no país levou a então República dos Estados Unidos do Brasil a criar o Decreto nº 11.530, em 1915, para regulamentar o acesso ao ensino secundário e à educação superior – essa por meio do vestibular.

Então configurado como um exame composto por prova escrita e oral, o vestibular passou a ser requisito obrigatório para matrícula nos institutos de ensino superior. Diante da necessidade de obter um bom desempenho nesta etapa, o termo passou a carregar um peso adicional para o estudante que está se preparando para um dos momentos considerados mais importantes da transição para a vida adulta. “Nós percebemos uma ansiedade grande por parte dos alunos no momento da escolha, alimentada por vários motivos. A opinião dos pais tem um peso muito grande para o adolescente e, muitas vezes, conhecem tanto o filho que sabem quais cursos têm um pouco mais a ver com o perfil”, observa a pedagoga.
 

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