Festival de Sanfoneiros resgata a cultura popular e leva centenas de pessoas ao Cuca

^{Rachel Pinto}

Cerca de 600 pessoas compareceram na noite de quarta-feira (23), no Teatro de Arena do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) em Feira de Santana para prestigiar a 8ª edição do Festival de Sanfoneiros. O evento faz parte do calendário cultural da cidade e tem como objetivo resgatar a cultura sertaneja, nordestina, popular e a figura do sanfoneiro como elemento de tradição e valor histórico-cultural.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Doze finalistas participaram das apresentações e o encerramento da premiação contou com o show do cantor Targino Gondim. Rosa Vilas Boas, coordenadora do Festival de Sanfoneiros afirmou que o evento dissemina a cultura dos sanfoneiros e promove o intercâmbio musical e de saberes. De acordo com ela, às vezes os sanfoneiros de “raiz” não tem acesso ao grande público, assim como a comunidade também não conhece as variações de sanfonas, como por exemplo a sanfona de oito baixos e os repertórios de muitos sanfoneiros.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“O festival valoriza e resgata a cultura do sanfoneiro que é tão importante. Tivemos 12 finalistas entre pessoas de Feira de Santana e região, Itaberaba, Alagoinhas e do estado do Ceará. Os jurados tiveram a difícil missão de classificar e houve muita gente boa. Foram avaliados critérios como a questão da técnica, envolvimento com o público e performance no palco”, relatou.

O 8º Festival de Sanfoneiros estava previsto para acontecer no Auditório Central da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) que comporta aproximadamente 1.000 pessoas. No entanto, em virtude da paralisação dos servidores da limpeza na segunda e terça-feira, o evento foi relocado sem muitos prejuízos para o Teatro de Arena do Cuca. O local que tem capacidade para 600 pessoas ficou lotado. Essa é a realidade do evento todos os anos. A população faz questão de prestigiar e deixar ainda mais bonito o festival.

Seu Antonio Mendes do município de Coração de Maria foi um dos finalistas do evento. Ele contou que sua relação com a sanfona começou desde a infância, quanto tinha sete anos de idade ele ganhou o primeiro instrumento do seu pai. De lá para cá já são mais de 60 anos de amor pela sanfona e para ele a música e os acordes são tudo de bom na sua vida.

“Eu aprendi a tocar sozinho e com uma sanfoninha de quatro baixos que eu ganhei do meu pai. Eu tinha gosto e depois comprei uma de oito baixos. Estou tocando até hoje. A música é tudo de bom para mim. Traz amor, alegria, paz, saúde e felicidade. Sou aposentado com como trabalhador na zona rural e não vivo diretamente da música. Mas, ela sempre me ajuda. Sempre eu toco e faço algumas apresentações”, comentou.

O sanfoneiro escolheu para a sua apresentação no festival as músicas de Luiz Gonzaga “Asa Branca” e “A volta da Asa Branca”. Para ele, o rei do baião será para sempre um grande mestre da sanfona. Os 12 finalistas disputaram a premiação em três categorias: infanto-juvenil, categoria 1 / até 8 baixos e categoria 2 / acima de 8 baixos.

Luizinho (até 8 baixos) e Jefinho do Acordeon (acima de 8 baixos), foram os grandes vencedores tanto do prêmio júri popular quanto do primeiro lugar pelo júri oficial.

Na categoria 1, o segundo lugar ficou para André Gaudino e o terceiro colocado foi José Apóstolo dos Santos. Já na categoria 2 a segunda colocação ficou para Luiz Carlo Freitas e Daniel Gomes Neto foi premiado pelo terceiro lugar.

Na categoria infanto-juvenil o primeiro lugar ficou com Cícero Paulo Feitosa. O segundo para Pedro Gabriel Feitosa e o terceiro lugar ficou com Thiago Figueiredo.

Além de troféus, os artistas receberam premiação em dinheiro.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.