Saúde
Novos casos de hanseníase no Brasil caem em dois anos, mas doença segue como problema de saúde pública
O levantamento foi realizado pela Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) utilizando a plataforma DataSUS, que consolida os dados coletados em toda a estrutura do sistema de saúde do Brasil.
12/05/2018 às 09h36, Por Rachel Pinto
Acorda Cidade
Os dados do Sistema Único de Saúde (SUS) apontam uma queda no número de registros de hanseníase no período entre 2015 e 2017, saindo da casa de 35 mil novos casos para pouco mais de 32 mil diagnósticos. Ainda assim, a doença está no radar do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) por ser considerado um problema de saúde pública no país, ou seja, quando há mais de um caso para cada 10 mil pessoas. Sua incidência torna o Brasil o segundo colocado no ranking da hanseníase, atrás apenas da Índia em número absoluto de casos.
O levantamento foi realizado pela Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) utilizando a plataforma DataSUS, que consolida os dados coletados em toda a estrutura do sistema de saúde do Brasil.
Manchas claras ou vermelhas na pele que causam a perda de sensibilidade na região são os principais sintomas da doença. Esses sinais geralmente acometem os braços e as pernas, mas também podem ser vistos em outras partes do corpo. Uma vez que a hanseníase ultrapassa a barreira cutânea e atinge também os nervos, o infectado perde também força e mobilidade dos membros. No Brasil, ainda segundo o levantamento realizado no DataSUS, o grau de incapacidade física dos adoecidos é avaliado em 87%.
Além disso, um dos grandes desafios no diagnóstico precoce da hanseníase é a ocorrência crescente de casos da doença em crianças, principalmente em regiões do Brasil onde está é muito prevalente, o que representa um sinal de ocorrência acentuada da doença na população que expõe a criança, desde idade bem precoce, ao contato constante com o bacilo e consequentemente ao adoecimento.
“Embora se trate de uma doença infectocontagiosa, a hanseníase não é transmitida por simples relações de toque, ela se instala em pessoas com baixa imunidade após o contato direto com gotículas de saliva ou secreção do nariz de pessoas já infectadas”, explica o médico patologista Juarez Quaresma, membro da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).
Diagnóstico e cura
A doença, também conhecida como lepra, tem como agente causador a bactéria Mycobacterium leprae. Sua descoberta se dá inicialmente em meio a um contexto clínico que associa lesões na pele e a perda de sensibilidade. Os médicos, em geral dermatologistas ou generalistas, fazem a avaliação complementar para confirmar ou não a presença da bactéria. Os testes de avaliação de força motora e de sensibilidade por uso da palpação dos nervos são feitos em clínicas dermatoneurológicas.
Feitos os exames externos, os médicos indicam testes complementares como a baciloscopia, procedimento realizado por médicos patologistas, ou seja, a análise laboratorial do material colhido de serosidades cutâneas das lesões da pele. “Na baciloscopia um fragmento de pele ou de outro tecido é alterado com reagentes químicos e após um processo específico são coletados cortes delicados e finos que permitem a observação no microscópio”, explica Quaresma.
Dado o resultado do exame, o tratamento, que pode ser gratuito pelo SUS, dura entre 6 meses e 1 ano dependendo do estágio em que a hanseníase for diagnosticada. Esse período depende também da forma clínica em que a doença se apresenta, sendo elas: indeterminada, borderline ou dimorfa, tuberculoide e virchowiana.
Pensando em reduzir os números que fazem do país o segundo com maior número de infectados por lepra, a Sociedade Brasileira de Patologia ressalta a importância do rápido diagnóstico da doença. “A hanseníase deixa de ser contagiosa quando começa o tratamento, ou seja, descobrir sua forma clínica e seu estágio para adiantar o processo de cura é fundamental para a diminuição da propagação da doença, é desse jeito que temos que trabalhar para diminuir o número de novos casos no Brasil”, conclui o médico patologista.
Sobre a SBP
Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) atua na defesa da atuação profissional dos médicos patologistas, oferecendo oportunidades de atualização e encontros para o desenvolvimento da especialidade. Desde sua instituição, a SBP tem realizado cursos, congressos e eventos com o objetivo de elevar o nível de qualificação desses profissionais.
Mais Notícias
Polícia
Joalheria Vivara é assaltada no Shopping Paralela
Homens utilizaram o armas de fogo para render funcionárias e praticar o delito. Eles levaram relógios, além de outras peças...
25/04/2024 às 13h43
Feira de Santana
Após ser nomeado, Carlinhos de Missuca toma posse como Superintendente de Esportes de Feira de Santana
Antes de ser nomeado, Carlinhos de Missuca era Chefe da Divisão de Festejos Populares da Secel.
25/04/2024 às 13h11
Micareta de Feira 2024
‘O Governo do Estado não passou um centavo para a prefeitura”, diz Colbert Martins em avaliação da Micareta 2024
Além do assunto ‘Micareta’, Colbert Martins também comentou sobre a realização do São João em Feira de Santana e sobre...
25/04/2024 às 13h05
Bahia
Homem morre após perseguição policial na cidade de Eunápolis
O homem que foi atingido pelos disparos, foi socorrido par ao Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos.
25/04/2024 às 12h40
Política
Ministro Jader Filho avalia entrega do BRT e confirma novos investimentos e equipamentos para Salvador
Na ocasião, o ministro de Lula avaliou a entrega do novo modal capital baiana e disse que o meio de...
25/04/2024 às 11h39
Bahia
Autor Mateus Ântoni de Feira de Santana leva seu novo livro ", amor," para a Bienal da Bahia
Obra ambientada no interior da Bahia narra a história de um amor impossível.
25/04/2024 às 11h26