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O Santo Sudário

Esse pano servia, também, para manter fechada a boca de um cadáver, passado-o pelo alto da cabeça e atando as extremidades debaixo do queixo.

19/03/2018 às 11h30, Por Maylla Nunes

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O que significa a palavra “sudário”? “Em sentido estrito, a palavra sudário designa um pequeno pano, do tamanho de um guardanapo, usado para enxugar o suor – daí o termo “sudário”. Esse pano servia, também, para manter fechada a boca de um cadáver, passado-o pelo alto da cabeça e atando as extremidades debaixo do queixo.

MAIS TARDE, passou-se a designar, com o mesmo nome, uma grande peça de tecido usada em alguns lugares para envolver o defunto prestes a ser enterrado. No tempo de Jesus, tanto os romanos quanto os judeus, sepultavam com freqüência os seus mortos envolvendo-os nesse lençol fúnebre. Hoje, dá-se o nome de Santo Sudário a uma peça de linho, de 4,30m de comprimento por 1,10m de largura, que traz a imagem de um homem de frente e de costas, e que é venerada como sendo o lençol que recobriu Jesus em sua sepultura. “Tomaram o corpo de Jesus e o envolveram em panos de linho com os aromas, como os judeus costumam sepultar” (Jo 19,40).

DOIS EVANGELISTAS, João e Pedro, narram a visita que Pedro e o próprio João fizeram ao sepulcro vazio após a ressurreição. Novamente, é João quem nos traz mais detalhes: conta que ele chegou antes de Pedro ao sepulcro, e, “inclinando-se, viu os panos de linho por terra, mas não entrou. Então, chega também Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro; vê os panos de linho por terra, e o sudário que cobria a cabeça de Jesus. O sudário não estava com os panos de linho no chão, mas enrolado à parte” (Jo 20,5-7).

E O QUE TERIA acontecido então com o Sudário? Quem teria ficado com ele? Maria? Algum dos apóstolos? Provavelmente nunca saberemos ao certo. Nos Evangelhos, a referência aos panos que recobriram Jesus pára por aí: não se diz quem ficou com eles, mesmo porque os Evangelhos são muito sucintos, e nesse momento o foco da narrativa está na ressurreição de Jesus.

OS TESTES científicos que têm sido feitos sobre o Sudário comprovam a antiguidade da peça e trazem informações interessantes, que esclarecem detalhes de como foi a Paixão de Cristo. Há muitos livros que, a partir dos dados do Sudário, nos ajudam a considerar como foi a nossa Redenção, alcançada por Jesus em sua Cruz. Podemos nos servir desses relatos para viver melhor a Semana Santa, e prepararmo-nos para celebrar a Páscoa com mais consciência do sentido da Ressurreição.

Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
[email protected]
 

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