Política

PF prende presidente da Fecomércio-RJ e investiga desvio de recursos do Sesc e do Senac

Segundo o MPF, Orlando Diniz é suspeito de usar o esquema de lavagem de dinheiro do ex-governador Sérgio Cabral.

23/02/2018 às 11h48, Por Andrea Trindade

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Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro prenderam, na manhã desta sexta-feira (23), o presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz, em um desdobramento da Operação Lava Jato. Diniz deixou o prédio onde mora no Leblon, na Zona Sul, sob vaias e gritos da vizinhança de "ladrão". Outras três pessoas são alvos de mandados de prisão.

Entre os desvios investigados está a contratação de funcionários fantasmas pelo Sesc e ao Senac, como uma chef de cozinha e uma governanta do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.

Diniz presidia o Sesc-Rio até dezembro do ano passado, quando foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por suspeita de irregularidades no comando dessa entidade. Mas, segundo os investigadores, ele usava sua influência para atrapalhar a gestão atual.

Além de Diniz, preso preventivamente (sem prazo para liberação) três funcionários da Fecomércio-RJ são alvos de mandados de prisão temporária (por cinco dias, prorrogáveis):

Plínio José Freitas Travassos Martins – preso
Marcelo José Salles de Almeida – preso
Marcelo Fernando Novaes Moreira – preso

Segundo a investigação, as contratações fantasmas foram feitas a pedido de Cabral, e auxiliaram o ex-governador a aumentar a propina que era regularmente distribuída aos seus operadores mais próximos e seus parentes, num esquema que movimentou mais de R$ 7,5 milhões.

A assessoria do Sesc informou que não vai se pronunciar a respeito do caso.

Outras operações investigadas


Além da contratação fantasma, o MPF investiga outras operações feitas sob o comando de Diniz.

Segundo os investigadores, o presidente da Fecomercio-RJ gastou R$ 180 milhões em quatro anos com escritórios de advocacia, em contratos que fugiam das normas técnicas e de transparência dos órgãos sob sua responsabilidade. A suspeita é que ele tenha usado dinheiro público para se defender e se manter no poder dessas entidades.

Entre os escritórios contratados estão o da ex-primeira dama e mulher de Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, e o de Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, que defende o ex-presidente Lula na Lava Jato e recebeu R$ 68 milhões dos R$ 180 milhões.

Ao escritório de Adriana Ancelmo, segundo o MPF, a Fecomércio-RJ pagou R$ 20 milhões. O dinheiro, nesse caso, saiu de recursos federais obtidos pela Fecomércio-RJ partir de convênio com Sesc e o Senac. Segundo o MPF, a contratação que justificou esses pagamentos é "absolutamente suspeita".

O G1 entrou em contato com o escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, mas o funcionário que atendeu a ligação informou que não poderia comentar o assunto e pediu que retornássemos a ligação mais tarde.

Ainda de acordo com a investigação, Diniz utilizou os operadores financeiros de Sérgio Cabral Álvaro Novis e Ary Filho para lavar dinheiro.

Os envolvidos são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro, de corrupção e pertencimento a organização criminosa. Além dos mandados de prisão, os agentes fazem buscas na sede do sistema Fecomércio-RJ, no Flamengo, Zona Sul do Rio.

A Justiça determinou o bloqueio e indisponibilidade de bens de Orlando Diniz, do seu pai, Enio Ormonde Diniz, e de 12 empresas relacionadas ao presidente da Fecomércio.

Fonte: G1

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