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Com dores, mulher empurrada no metrô teme perder emprego

Jussara começou a chorar ao lembrar dos momentos aterrorizantes que viveu na plataforma. Ela teme perder o emprego porque sente muitas dores no corpo.

11/01/2018 às 09h17, Por Rachel Pinto

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A atendente Jussara Araújo de Souza, 23 anos, que foi empurrada para os trilhos do Metrô de São Paulo na tarde deste terça-feira (9), voltou ao local onde sofreu a queda, na noite de quarta-feira (10), na estação Conceição da Linha 1 Azul. Muito nervosa, ela começou a chorar ao lembrar dos momentos aterrorizantes que viveu na plataforma. "Está passando tudo de novo na minha cabeça, estou com muito medo", disse ela ao G1.

Foto: Glauco Araújo/G1

Mas não foi por superação que ela voltou a fazer o trajeto que tem feito diariamente nos últimos seis meses para chegar ao trabalho, mas por necessidade. "Estou sentindo muitas dores no corpo e nos 30 pontos na minha perna. O médico do IML me deu um dia de afastamento, mas não tenho condições de trabalhar. Preciso que o médico me dê mais dias para me recuperar", enfatiza.

Jussara tem medo de perder o emprego, pois está em fase de treinamento, mas precisa dele para sustentar os três filhos. Ela foi até a lanchonete em que trabalha para pedir ao chefe mais tempo para ficar em casa e se recuperar das lesões."Não sei como vai ser a minha rotina daqui pra frente, não sei se vou conseguir andar de Metrô de novo todos os dias", lamenta o ocorrido.

Ao entrar na estação Conceição, com dificuldade para andar, passar pelas catracas e ficar a poucos metros de onde Sebastião José da Silva, 55 anos, a empurou para os trilhos, Jussara se encostou em uma das paredes da plataforma e começou a chorar copiosamente. A primeira composição do Metrô chegou e ela não teve coragem de embarcar, apenas depois da chegada da segunda composição que ela conseguiu entrar no vagão.

O homem que a empurrou passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (10) e a Justiça decidiu mantê-lo preso. Segundo o boletim de ocorrência, ele teria dito que "ouviu vozes" o que lhe induziu a cometer o crime.

De acordo com a assessoria de imprensa do Metrô, o caso foi registrado na Delpom (Delegacia Polícia Metropolitano), na estação Palmeiras-Barra Funda, na Linha 3- Vermelha. A assessoria informou que o homem que empurrou a vítima sofre de problemas mentais e teria empurrado a primeira pessoa que viu na plataforma.

Na estação Conceição, a faixa amarela é a única sinalização de segurança para os passageiros, a qual fica a menos de um metro do vão onde passam os trilhos.

Empurrão

Ainda em casa, Jussara disse ao G1 que sentiu os vagões do trem passarem por sobre seu corpo e que ainda não acredita como saiu viva do incidente. “Morri! No que eu vi eu já estava lá embaixo. Quando senti o baque fui olhar e senti os vagões passando por cima de mim”, afirmou (veja no vídeo acima).

Ela descreveu que sentiu um empurrão e caiu de frente, com a cara no chão. “Caí com a cabeça na minha bolsa. Minha bolsa me salvou”, afirmou Jussara. “É muito barulho, muita poeira, muito quente. Se não fosse Deus eu não estava viva para contar a história.”

Metrô vai instalar proteção

Após o crime, o presidente do Metrô, Paulo Menezes Figueiredo, disse que a estatal tem um plano de instalação de portas de proteção entre a plataforma e os trilhos de suas estações.

Segundo o presidente da empresa, o Metrô está em negociação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a compra de portas de plataformas, “para serem instaladas justamente nas estações da Linha 1 [Azul, onde ocorreu o incidente] e da Linha 3 [Vermelha]”.

Ele disse também que a data de instalação das portas será divulgada ainda em janeiro.

O Metrô começou a instalar portas de proteção nas estações nas estações da Linha 3-Vermelha em 2010, mas o projeto foi interrompido por problemas com uma das empresas responsáveis pelo serviço.

Algumas estações da Linha 2-Verde já contam com o dispositivo.

Fonte: G1

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