Violência contra a mulher

Cresce número de agressões morais e estupro em Feira de Santana; prisões também aumentaram

A delegada Clécia Vasconcelos, titular da Deam, chama a atenção para o aumento no número de denúncias contra estupros ocorridos em ambientes domésticos.

11/01/2018 às 09h06, Por Andrea Trindade

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Daniela Cardoso

Os números de registro da violência contra a mulher em 2017 foram superiores aos registrados no ano de 2016, em Feira de Santana. Fatores como a conscientização da mulher, campanhas que incentivam a denúncia e o plantão 24h da Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher, contribuíram para esse aumento, conforme avaliou a delegada titular da pasta, Maria Clécia Vasconcelos.

Em 2016, 675 inquéritos foram remitidos a justiça, enquanto que em 2017 esse número subiu para 929. A delegada destaca que muitas ocorrências não geraram inquérito, pois a delegacia está intensificando na atuação, uma forma de fomentar um diálogo.

O número de agressão moral também aumentou em 2017. No ano de 2016 foram 400 e no ano passado mais que dobrou passando para 829. “A mulher já está mais consciente do direito dela, então palavras que antes eram vistas como comuns, hoje a mulher entende como agressão verbal. Isso humilha e continuamente leva a depressão. É uma violência verbal que fere a alma”, destacou Maria Clécia Vasconcelos.

O número de homens presos em decorrência da violência contra a mulher passou de 147 em 2016 para 168 em 2017. A delegada Maria Clécia afirma que se for necessário para proteger a mulher, esse número pode continuar crescente.

As ocorrências delituosas e não delituosas registradas em 2016 foram de 2.656, enquanto que em 2017 aumentaram para 3.583. “Sabemos que a Deam agora tem um plantão 24h e também as mulheres estão mais conscientes dos seus direitos e de que é necessário romper o ciclo de violência. A gente já sabia que ia ter um volume de trabalho maior em 2017 e infelizmente a violência contra a mulher é crescente”, avaliou a delegada.

O número de estupros também aumentou em 2017, que chegou a 64 contra 55 em 2016. A delegada Clécia Vasconcelos chama a atenção para o aumento no número de denúncias contra estupros ocorridos em ambientes domésticos.

“Houve uma adesão ao combate e não ao crime. O estupro que aumentou foi dentro do ambiente doméstico, ou seja, a mulher conhece o agressor. A mulher que é violentada pelo marido denunciou mais. Enquanto que o estupro ocorrido na rua, praticado por um desconhecido, diminuiu consideravelmente. Com a prisão de alguns indivíduos houve essa diminuição. O estupro doméstico era menos denunciado. O agressor acha que não pratica o estupro e a mulher não lida bem com essa situação, mas esse ano foi diferente”, observou.

Também houve aumento no número de medida protetiva no ano de 2017, que chegou a 462. No ano de 2016 foram 355. “Hoje sabemos que o maior instrumento de proteção a mulher dentro do que preconiza a Lei Maria da Penha é a medida protetiva, onde a mulher tem o apoio da polícia e do judiciário para que ela tenha sua integridade física e psicológica protegida”, afirmou.

As informações são do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade  

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