Saúde

Cirurgiões e ortopedistas entregam os cargos no Hospital Clériston Andrade

O Sindicato dos médicos (Sindimed) informou que a Sesab, o Ministério Público (MP) e o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) foram notificados da decisão ainda em fevereiro.

02/04/2014 às 06h42, Por Andrea Trindade

Compartilhe essa notícia

Andrea Trindade
 
Como forma de protesto, médicos cirurgiões e ortopedistas do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) entregam seus cargos a partir desta quarta-feira (2). Assim, a população fica sem estes especialistas até que alguma providência seja tomada pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
 
O Sindicato dos médicos (Sindimed) informou que a Sesab, o Ministério Público (MP) e o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) foram notificados da decisão ainda em fevereiro. São 45 médicos ao todo, sendo 33 cirurgiões. 

Os profissionais reivindicam melhores condições de trabalho e regularização do vínculo trabalhista. De acordo com o sindicato, "atualmente os médicos convivem com deficiências diversas, como falta de materiais, falta de leitos, medicamentos, entre outras, além disso, estão submetidos a uma forma de contratação ilegal (Pessoa jurídica/cooperativa)".
 

Em contato com o Acorda Cidade, o médico Dr. João Vitor deixou claro que não se trata de uma greve. “Estamos entregando os cargos, que aliás são através de um contrato via cooperativa ou pessoa jurídica, o que é proibido pelo Ministério Público e no qual não temos qualquer direito trabalhista. Desde outubro começamos a discutir com a Sesab a necessidade urgente de melhoria das condições de atendimento na emergência do HGCA, e eles não apresentaram qualquer proposta prática de melhoria estrutural, de número de funcionários, de estrutura do centro cirúrgico. Apenas nos ofereceram vínculos a mais para distribuir entre os cirurgiões”, disse.
 
O médico falou, ainda, das condições de trabalho no hospital: “O centro cirúrgico está com salas ocupadas por pacientes que não têm leito de UTI ou enfermaria para sair e falta funcionários; faltam medicamentos, falta ultrassonografia no período noturno; o espaço e estrutura ao atendimento dos pacientes vítimas de acidente e trauma são sucateados e limitados; hoje o HGCA é um ambiente inóspito para quem é atendido e também para quem atende”, declarou.
 
Dr. João também ressaltou que o problema não é resolvido com troca de diretoria. “Não adianta trocar diretoria, isso já foi feito. Vemos a diretoria se mobilizar para tentar melhorar, porém a Sesab não ajuda. Qual era a população de Feira há 30 anos quando o HGCA foi construído? E mantemos o mesmo Hospital até hoje”, disse o médico mencionando também o problema da superlotação.
Veja a seguir a relação completa de reivindicação dos médicos:

– Adequação estrutural mínima para liberação de Alvará de Funcionamento, emitido pela Vigilância Sanitária;

– Reforma imediata das instalações de Estar Médico;

– Contratação de profissionais de saúde para viabilizar o funcionamento pleno do Centro Cirúrgico 24h por dia – 4 enfermeiros e 12 técnicos em enfermagem;

– Abertura imediata do CRPA, nunca inaugurado de fato – contratação de 5 enfermeiros e 8 técnicos em enfermagem;

– Funcionamento pleno do Serviço de Radiologia, com Médico Radiologista de Plantão e realização 24h de Ultrassonografia e Tomografia de Abdome com emissão de laudo;

– Aquisição de aparelhos e instrumental para cirurgia Videolaparoscópica; 

– Aquisição de material para funcionamento pleno do serviço de Urologia (Cistoscópio; Ressectoscópio); 

– Implementação do Serviço de Endoscopia Digestiva com possibilidade terapêutica;

– Contratação de técnicos de enfermagem para garantir assistência aos pacientes nas enfermarias;

– Aquisição de caixas de instrumental cirúrgico para evitar postergar cirurgias por indisponibilidade de material esterilizado;

– Garantir funcionamento em tempo integral das cirurgias ortopédicas, disponibilizando técnico em radiologia para radioscopia em centro cirúrgico e material para cirurgia ortopédica;

– Ampliação de leitos de enfermaria cirúrgica;

– Garantir que não mais ocorrerá a falta constante de medicamentos e materiais médicos essenciais, como antibióticos, fitas de glicemia, anti-hipertensivos, enoxaparina, material de curativo, água para injeção, etc.
 

Compartilhe essa notícia

Categorias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias

image

Rádio acorda cidade