Daniela Cardoso e Ney Silva 
 
Cerca de 100 moradores do Conjunto Feira VII, em Feira de Santana, estiveram na tarde desta quinta-feira (11) no Ministério Público Federal (MPF) para tentar impedir que a Caixa Econômica Federal (CEF) venda as casas do conjunto através de leilão. Visando buscar uma solução para o problema, o Procurador da República Marcus André Carneiro Silva, se reuniu com o deputado estadual José Neto, o advogado Ronaldo Mandes e diretores da CEF

 
O presidente da Associação de Moradores do Feira VII, Flávio Tavares, explicou que a Caixa Econômica estava vendendo algumas casas do conjunto, que não estavam quitadas, sem comunicar aos moradores e aos compradores. Flávio disse que os moradores estão apreensivos com a situação, mas avaliou a reunião como produtiva, que eles conseguiram mais tempo para negociar.
 
“Algumas pessoas moram no conjunto 18 anos e durante esse período foram várias as negociações com a Caixa. Algumas pessoasque não puderam quitar o débito durante uma campanha nacional de quitação, vêm lutando desde então. Teve casas que foram leiloadas e os compradores bateram na porta para entrar. Agora estamos aqui junto ao Ministério Público para tentar solucionar o problema junto à Caixa Econômica”, afirmou.


O deputado Neto destacou a importância da reunião, que segundo ele, serviu para encontrarmais uma vez, o caminho para a negociação. “Algumas casas foram vendidas, porque a associação participou de uma reunião em 2010, teve um prazo para quitar o débito e não cumpriu. Alguns reclamam que não tiveram informações sobre as execuções e temos que resolver isso. Somente no Feira VII eram 1.600 casas. Agora temos 144 que não foram quitadas. Dessas, 53 são da Caixa e 91 são da Enger”, informou.
 
 
O gerente de construção da Caixa, Gilberto Reis, informou que a venda dos imóveis que abrange as unidades do Feira VII estão com os leilões suspensos. “Assumimos o compromisso de que não haverá mais leilões até que se  os encaminhamentos necessários. Fechamos uma proposta para o início das negociações. Vamos fazer uma nova avaliação dos imóveis e a partir da definição de valores vamos fazer uma estrutura para atendimento das pessoas”

O advogado Ronaldo Mendes, que na reunião representou os moradores do conjunto Terra do Bosque, que enfrenta o mesmo problema, mostrou-se preocupado com a situação. Na opinião dele, a Caixa Econômica Federal praticou um equívoco ao vender as casas para outras pessoas.
 
“Grande parte das pessoas conseguiu quitar suas casas, mas um remanescente que não conseguiu por problemas diversos. Essa reunião é para tentar sensibilizar a Caixa a desfazer o equívoco que cometeu fazendo venda direta de diversos imóveis a pessoas que ainda não sabiam que a sua casa era objeto de negociação com terceiros. As pessoas adquiriram os imóveis e foram tomar posse. Quando chegaram , descobriram que havia um morador na casa”, afirmou