
Criadores de centenas de passarinhos bem cuidados competem em Feira de Santana neste fim de semana, na 26ª edição do Concurso de Canários de Cor, realizado pelo Clube Ornitológico de Feira de Santana (Cofs), vinculado à Federação de Ornitologia do Brasil (FOB).
A competição, que avalia o canário com a cor mais intensa ou mais clara, começou neste sábado (4) e segue até este domingo (5), no Acalanto Convenções.
O Juiz ornitológico Alex Pino explicou durante entrevista ao Acorda Cidade, que os canários têm mais de 700 cores e que a competição pontua os pássaros que mais se aproximam do padrão indicado no concurso.
“No caso dos canários domésticos e do segmento dos canários de cor, são 716 cores. Cada cor tem um padrão estabelecido para que seja o standard, o objetivo para aquela cor. Aqui, a gente analisa os pássaros que estão mais perto deste standard, aqueles que reúnem as características que mais chegam perto das características que queremos para aquela cor. Então a gente tira os melhores, os que chegam mais perto do objetivo, e depois pontua. Tem uma tabela limitada a 95 pontos, e quanto mais alta a pontuação, mais próxima do standard.
Para Alex, o clube de Feira tem bons pássaros, que podem participar tanto do campeonato nordestino quanto do nacional.
“O clube de Feira tem pássaros bons, a nível de Nordeste e de Brasil. Este é um campeonato de Feira de Santana, mas existe o campeonato do Nordeste, e há o campeonato da FOB, que é o brasileiro, que será realizado em julho, e que reúne criadores do país inteiro. O Brasil é potência na canaricultura, é potência no mundo e acaba rivalizando com alguns países da Europa”, afirmou.
Segundo Alex, o que gera mais pontos é a coloração, mas também são analisadas outras características como o tamanho, a plumagem, se a pena é esvoaçante ou aderida ao corpo. “O formato, por exemplo, não pode ser um pássaro nem muito grande, nem muito pequeno”, disse.
Os pássaros brancos são os que precisam de mais cuidado. Alex explica que quanto mais limpo, mais chances têm de vencer.
“Ele não pode, digamos assim, encardir, porque se o pássaro está com contato com jornal, com alimento, ele vai se sujando. O segredo é sempre limpar, não deixar aquela sujeira impregnar na pluma. Quanto mais limpo, mais valorizado.”
E para manter a limpeza da ave, Alex destaca que não vale usar truques.
“O banho é essencial porque na análise o pássaro tem que mostrar aquilo que ele é. Ele não pode ser modificado por agentes externos, como passar óleo, talco ou algum produto químico, nada disso pode ser feito porque altera a cor. Alguns casos são perceptíveis, outros não. O passarinho pode mudar a cor dele baseado em alimentação, ele pode ficar, por exemplo, um amarelo mais forte ou mais claro, mas alteração externa não pode. Não pode cortar a pena também”, destacou.
O criador Alfredo Falcão tem mais de 300 pássaros. Ele levou 17 canários para competir e ficou em segundo lugar. Ao Acorda Cidade, ele informou que a ave perdeu pontos na forma.
“A competição foi muito acirrada porque há criadores muito bons, criadores que já foram campeões, e tirar um segundo lugar aqui é muito bom. O pássaro perdeu pontuação na forma, são pequenos detalhes. O primeiro lugar tinha uma forma melhor”, disse.
Alfredo disse também que o vencedor deste sábado (4) é um dos melhores do Brasil e uma referência para ele. Trata-se do engenheiro civil Cláudio Castro Lima, de Salvador, e que está sempre nas melhores colocações nos concursos.
Ele contou ao Acorda Cidade, que participa dos clubes de Feira e de Salvador e que compete também em nível regional e nacional. No campeonato brasileiro de 2021, três pássaros ganharam o primeiro, segundo e terceiro lugar.
“No Nordestão geralmente eu me dou muito bem, graças a Deus, e depois vou para o brasileiro. Eu crio o albino, que é o branco de olho vermelho, e eu fiquei em primeiro, segundo e terceiro lugar no ano passado. No amarelo nevado, nos dez primeiros lugares eu tinha quatro. Fiquei em terceiro, quinto, sexto e sétimo. Branco, fiquei em sétimo. O importante é competir, apresentar os pássaros, e o resultado é consequência do trabalho da gente.”, contou Cláudio ressaltando que quando tem quantidade há boas chances de ganhar, se tiver bastante cuidado com as aves.
“Tem que ter muito cuidado, tratar muito bem os passarinhos, principalmente as cores que eu crio, branco e amarelo, é preciso ter um cuidado muito grande. Branco principalmente porque a brancura é fundamental. Tem que cuidar dele desde o dia em que ele nasce até o dia do julgamento. Se ele acumular uma sujeira, você nunca mais tira”, afirmou ao Acorda Cidade o engenheiro que cria pássaros há cerca de 40 anos.
O campeonato nordestino será neste mês e o brasileiro no próximo.
Canaricultores são criadores de canários e ornitologia é o ramo da zoologia que estuda as aves e suas peculiaridades. Na Bahia há 11 clubes legalizados de ornitologia, sendo que uma delas fica em Feira de Santana, o Cofs.
O Clube Ornitológico de Feira de Santana foi criado em 1994 e reconhecido pela FOB em 2014. Segundo o site da Federação, há 41 sócios ativos na cidade. (Contato: (75) 99972-1432).
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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