Bahia
Segurados do INSS sentem efeitos da greve dos atendentes do 135
Além do agendamento de serviços como perícias médicas, os atendentes são responsáveis por fornecer informações sobre concessão e suspensão de benefícios.
18/01/2018 às 15h19, Por Maylla Nunes
Acorda Cidade
A dificuldade para ter acesso ao atendimento telefônico do serviço 135 da Previdência Social já está sendo sentida pelos segurados do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS. Por conta da greve dos trabalhadores que prestam o serviço de teleatendimento – que já dura dezessete dias -, o volume de segurados nas agências do instituto aumentou consideravelmente.
O movimento paredista é motivado pela alteração de contrato imposta pela empresa Tel Centro de Contatos, prestadora de serviço do INSS, que impôs aos empregados a redução da carga da horária laboral, de 180h para 150h, e os salários, de um salário mínimo para R$ 780, sem a anuência dos trabalhadores e do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações da Bahia – Sinttel Bahia, entidade que representa a categoria.
Além do agendamento de serviços como perícias médicas, os atendentes são responsáveis por fornecer informações sobre concessão e suspensão de benefícios.
“Enquanto buscamos um entendimento para resolvermos a questão sem prejuízos para os trabalhadores e para a sociedade, a Tel quer impor a redução salarial, que traz problemas financeiros e previdenciários para categoria. Os trabalhadores não podem ter os seus salários reduzidos contra a vontade e o contrato de trabalho deles, disse Gildomar Santana, diretor de comunicação do Sinttel Bahia.
“Quando fomos contratados assinamos um contrato que previa o pagamento de um salário mínimo e recebemos esse valor durante anos. Não podemos ter os nossos salários reduzidos de acordo com a vontade da empresa. Como vamos honrar os nossos compromissos financeiros recebendo bem menos do que planejamos?”, questiona uma teleoperadora.
Na última audiência realizada no dia 19 de dezembro, no MPT, o Sindicato apresentou três propostas à empresa na tentativa de resolver o impasse, mas as propostas foram rejeitadas sem que a Tel oferecesse uma contraproposta.
Nesta semana foram realizadas duas reuniões de mediação entre o Sindicato, a comissão de trabalhadoras e os representantes da Tel Centro de Contatos, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego – SRTE, na tentativa de solucionar o impasse sobre a redução de carga horária e de salários, mas até o presente momento a empresa permanece irredutível e 93% do quadro de funcionários permanecem em greve.
Legalidade da greve
O Sinttel Bahia seguiu todos os trâmites que asseguram a legalidade da greve. “Buscamos o entendimento com a empresa, mas como não houve acordo, seguimos todos os ritos legais para a realização da nossa greve. A empresa tenta judicializar a questão alegando ilegalidade, mas a Justiça do Trabalho não teve esse entendimento, o que nos assegura o direito ao movimento paredista”, ressalta Marcos Pires, dirigente sindical.
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