Economia

Bahia tem a 6ª maior informalidade no mercado de trabalho do país (55,6%)

Trabalhadores informais ganham menos da metade que os formais na Bahia, desigualdade é ainda maior entre as mulheres

15/12/2017 às 13h35, Por Andrea Trindade

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Em 2016 na Bahia, mais da metade das 6,1 milhões de pessoas de 16 anos ou mais de idade ocupadas (55,6% ou 3,4 milhões de baianos) estavam em trabalhos informais, ou sejam não tinham carteira assinada ou trabalhavam por conta própria sem contribuir para a Previdência Social.

Embora a informalidade no mercado de trabalho baiano tenha diminuído em relação a 2012, quando atingia quase 60% dos trabalhadores no estado (59,5% ou cerca de 3,7 milhões de pessoas), ela ainda era, em 2016, uma das mais elevadas do país.

A Bahia era o 6º estado com maior proporção de trabalhadores informais e estava acima da média nacional nesse indicador – no Brasil, os trabalhadores informais eram 38,8% do total em 2015.

Trabalhadores informais ganham menos da metade que os formais na Bahia, desigualdade é ainda maior entre as mulheres

Em 2016, no Brasil, os trabalhadores informais ganhavam 52,1% menos que os trabalhadores formais (R$ 1.169 contra R$ 2.021). Essa diferença era ainda maior na Bahia, onde os informais (R$ 753) tinham rendimento quase 60% menor (-58,4%) que os formais (R$ 1.287).

Tanto no país como um todo quanto no estado, essa desigualdade causada pela informalidade atingia seu pico entre as mulheres. Na Bahia, uma trabalhadora informal (R$ 559) ganhava 65,6% menos que uma trabalhadora formal (R$ 1.623); no Brasil, a diferença era de –58,3% (R$ 866 era o rendimento das mulheres em trabalhos informais, contra R$ 2.079 das formais).

O rendimento das mulheres em trabalhos informais na Bahia (R$ 559) era o segundo menor do país, acima apenas daquele registrado no Piauí (R$ 487).

Em 2016, quase metade dos baianos (47,3%) viviam com até 1/2 salário mínimo de rendimento domiciliar per capita

Em 2016, 1 em cada 5 baianos (21,7% da população ou 3,3 milhões de pessoas) viviam com rendimento domiciliar per capita até 1/4 do salário mínimo – o que equivalia a R$ 220 naquele ano. Perto da metade da população do estado (47,3% ou cerca de 7,2 milhões de pessoas) tinha rendimento domiciliar per capita até 1/2 salário mínimo (ou R$ 440 em valores de 2016).

Eram proporções muito acima da média nacional (10,8% até 1/4 do salário mínimo e 29,9% até 1/2 salário mínimo) e entre as maiores do país.

Por outro lado, menos de 5% dos baianos (4,1% ou 625 mil pessoas) tinham rendimento domiciliar per capita maior que 3 salários mínimos (acima de R$ 2.643 naquele ano) – menos da metade da média nacional (9,3%).

Adotando-se o padrão do Banco Mundial para linha de pobreza monetária em países como os da América Latina, de 5,5 dólares por dia em paridade de poder de compra (PPC), chegava-se, para a Bahia, a um valor limite de R$ 383 para o rendimento domiciliar per capita, abaixo do qual as pessoas seriam consideradas pobres. No estado, em 2016, 4 em cada 10 pessoas (42,5%) viviam abaixo dessa linha.

Era o oitavo maior percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza entre os estados brasileiros, bem acima da média nacional (25,4%) e quase cinco vezes o valor encontrado em Santa Catarina (9,4%), onde estava o menor percentual.

O fato de parte expressiva da população baiana não ter ou ter pouco acesso a recursos monetários, que permitem aceder a bens e serviços oferecidos para a compra, se reflete, por exemplo, na proporção de pessoas morando em residências com algum tipo de condição inadequada.

Na Bahia, pouco mais de 1 em cada 10 pessoas (11,4%) residia em domicílios com aos menos uma condição inadequada de moradia, sendo o adensamento excessivo (quando há mais de 3 moradores por dormitório) e a ausência de sanitário ou banheiro de uso exclusivo do domicílio os mais frequentes (realidade para 4,7% e 3,6% dos baianos, respectivamente).

No estado, em 2016, quase metade da população (47,1% dos baianos, ou 7,2 milhões de pessoas) vivia em domicílios sem acesso simultâneo aos três serviços de saneamento básico (abastecimento de água por rede geral, coleta direta ou indireta de lixo e esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial), proporção maior que a média nacional (37,9%).

Com informações da Agência IBGE

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