Política
Ex-secretários de Ilhéus são condenados por fraude em licitações que desviou R$ 20 milhões da prefeitura
Dupla foi condenada a cumprir nove anos de prisão em regime fechado.
14/12/2017 às 17h24, Por Kaio Vinícius
Acorda Cidade
Dois ex-secretários de Desenvolvimento Social de Ilhéus, cidade no sul da Bahia, foram condenados pela Justiça a cumprir nove anos de prisão em regime fechado, por crimes de fraudes em licitações. Além deles, outros seis envolvidos foram condenados a pedido do Ministério Público Estadual (MP-BA), na quarta-feira (13). O pedido de prisão ainda não foi cumprido.
Jamil Ocké e Kácio Brandão haviam sido presos em março deste ano após uma operação do MP-BA, por suspeita de participação em um esquema de superfaturamento, que desviou R$ 20 milhões da prefeitura de Ilhéus.
Além deles, também foram condenados o empresário Enoch Andrade Silva e mais cinco pessoas envolvidas na associação criminosa denunciada à Justiça pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), e pela 8ª Promotoria de Justiça de Ilhéus.
Enoch deve cumprir 11 anos e 11 meses de pena de reclusão. O MP não divulgou a pena dos outros cinco envolvidos.
O advogado de Ocké informou que vai recorrer da decisão judicial. O G1 tentou contato com a defesa dos outros acusados, mas não conseguiu.
Operação
Ocké e Brandão foram presos durante a operação do MP, batizada de Citrus, em março. Eles tiveram a prisão preventida decretada por suspeita de envolvimento no esquema. Os dois e outros sete são investigados pelas fraudes em licitações de compra de materiais de escritório e alimentos para a prefeitura de Ilhéus, entre 2009 e 2016.
Por conta das fraudes, escolas municipais receberam, no ano passado, carnes vencidas desde 2014 que seriam utilizadas para merenda escolar. O alimento, no entanto, não chegou a ser distribuído para as crianças porque o Ministério Público da Bahia (MP-BA) descobriu a irregularidade.
Enquanto o grupo fraudava licitações e superfaturava contratos municipais, escolas de Ilhéus permaneciam com problemas de infraestrutura e alunos sem alimentação.
Na época, a prefeitura de Ilhéus informou, em nota, que a operação do MP não tem relação com a atual administração. De acordo com a gestão do município, os mandados de busca e apreensão são referentes ao período de gestões anteriores, entre 2009 e 2016.
A Câmara dos Vereadores também emitiu uma nota e informou que colaborou com a operação prestando todas as informações necessárias. De acordo com o MP-BA, a investigação começou em 2015, mas o grupo já atuava desde 2009.
Fonte: G1
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