Feira de Santana

Despejo irregular de lixo e óleo entope as tubulações e prejudica a população

O gerente da Divisão de Esgotamento Sanitário da Embasa, Antônio Carlos Oliveira, informou ainda quais são os principais vilões do esgotamento sanitário.

13/12/2017 às 15h49, Por Kaio Vinícius

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Laiane Cruz 

Atualizada às 17:16

 

Lixo, pedaços de borracha, restos de sofá, camas e até uma bicicleta, entre outros objetos, já foram encontrados por equipes da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) na rede de esgoto de Feira de Santana. O despejo irregular de lixo, areia e óleo de cozinha entope as tubulações da rede e danifica equipamentos, provocando um grave problema de saúde pública.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o gerente da Divisão de Esgotamento Sanitário da Embasa, Antônio Carlos Oliveira, citou também como exemplo um lençol, que foi jogado na rede de esgoto e levou dois dias para ser removido da rede. Segundo ele, muitas pessoas estão lançando o lixo doméstico indevidamente no esgoto e depois esse material acaba retornando para as casas, prejudicando toda a população, sobretudo em períodos de chuva.

“Gera a obstrução e o esgoto extravasa na rua, sendo que esgoto traz uma série de doenças como cólera e leptospirose. Em alguns casos, por falta de drenagem, a população retira a tampa do poço de visita, como no bairro Queimadinha, onde as pessoas vêem uma grande quantidade de água na rua e retiram a tampa da rede de esgoto. Essa água entra, e como a rede é pequena, causa a obstrução”, relatou.

Lençol levou dois dias para ser retirado da rede de esgoto. (Foto: Divulgação/Embasa)

Vilões do esgotamento sanitário

O gerente da Divisão de Esgotamento Sanitário da Embasa, Antônio Carlos Oliveira, informou ainda quais são os principais vilões do esgotamento sanitário.

“Em primeiro lugar é o óleo de cozinha, pois as pessoas costumam fritar os alimentos e depois jogar o óleo no ralo da pia. Aquilo forma uma argamassa de gordura e junto com o cabelo, que é o segundo vilão, forma uma bucha e tampa a rede, pois o óleo reage com o detergente e o cabelo”.

E o terceiro vilão, segundo ele, são as águas pluviais. “O primeiro ato que as pessoas fazem ao receber uma casa é pegar a bica e jogar na caixa de esgoto, mas como aquilo foi dimensionado somente para recolher a água do banheiro e a vazão da pia, não tem espaço para recolher a água da chuva. Não é recomendado, pois nosso sistema é separador para pia, vaso sanitário e banheiro”, informou.

Ainda sobre o óleo de cozinha, Antônio Carlos destacou que em Feira de Santana existe a ONG Movimento Água é Vida, que recolhe diariamente cerca de 2,5 mil litros de óleo, e a Embasa tem três postos de coleta, nas lojas de atendimento, onde as pessoas podem levar o óleo de cozinha em uma garrafa pet. “Em campanhas, a gente já chegou a arrecadar cerca de 600 litros mensal, que são doados para associações comunitária que produzem sabão, e para a ONG, que revende para fabricação de biodiesel”.

Educação ambiental

A Embasa, conforme o gerente de operações, programou para 2018 visitas aos bairros mais problemáticos, com palestras educativas. As queixas vêm principalmente dos bairros George Américo, Viveiros, Feixa IX, Queimadinha e Feira X.

De acordo com Antônio Carlos Oliveira, atualmente, Feira possui 126 mil ligações de rede de esgoto e, dentre as 100 maiores cidades brasileiras, ocupa o 55ª lugar em atendimento de esgotamento sanitário, uma cobertura de 63% da população.

A Embasa alerta que a rede de esgoto deve ser utilizada apenas para o esgoto doméstico (águas servidas que escoam pelos ralos das pias, lavanderias, box de chuveiro, vasos sanitários e ralos que estão dentro de casa). As águas de chuva devem ser ligadas na rede de drenagem pluvial.

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