Feira de Santana

'O repórter não é a estrela da matéria, ele é apenas um coadjuvante', diz jornalista José Raimundo

Natural do município de Riachão do Jacuípe, José Raimundo tem quase 40 anos de profissão. Começou sua história no serviço de auto-falante, passou pelo rádio, foi repórter esportivo e atualmente é um dos grandes nomes do jornalismo brasileiro.

20/10/2017 às 17h03, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

O jornalista José Raimundo Oliveira, da Rede Bahia, emissora afiliada da Rede Globo, esteve em Feira de Santana, na noite de quinta-feira (19) e participou de um Talk Show promovido pela Faculdade Anísio Teixeira (FAT), atividade do VI Colóquio de Comunicação.

Estudantes, professores e profissionais da área de comunicação participaram do evento e durante cerca de duas horas José Raimundo trocou experiências e respondeu perguntas sobre mercado de trabalho, carreira, notícias marcantes e grandes furos de reportagens.

Natural do município de Riachão do Jacuípe, José Raimundo tem quase 40 anos de profissão. Começou sua história no serviço de auto-falante, passou pelo rádio, foi repórter esportivo e atualmente é um dos grandes nomes do jornalismo brasileiro. Suas reportagens são marcadas de emoção, sensibilidade e os temas quase sempre são voltados para questões sociais e do meio ambiente.

“Iniciei no serviço de auto-falante em Riachão do Jacuípe. As pessoas assistiam o jogo e eu narrava a partida com o auto-falante em uma rural. Depois fui fazer o segundo grau em Feira de Santana e trabalhei na Rádio Sociedade apresentando o programa do Movimento de Organização Comunitária (MOC), entidade que era dirigida pelo meu tio Albertino Carneiro. Sempre gostei muito do rádio, mas não sabia que aquilo poderia determinar uma vocação profissional. Em seguida fui para Salvador, trabalhei como plantonista esportivo e aí vieram as oportunidades na televisão. Tudo que eu consegui até hoje foi através de trabalho. Nada foi por indicação ou por intermédio de padrinhos”, afirmou.

Filho de um carpinteiro e de uma dona de casa, José Raimundo, faz questão de valorizar suas raízes sertanejas e nordestinas. Ele revelou durante o Talk Show que nunca teve problemas em relação às suas origens e nunca precisou esconder ou mudar o seu sotaque.

“Eu nunca sofri nenhum tipo de represália porque sou baiano e nordestino. Isso significa uma identidade. Muitas vezes eu sou reconhecido pela minha voz. Nunca houve censura. O sotaque nordestino ajuda a fortalecer a nossa identidade”, salientou.

Rio São Francisco

O sertão e o Rio São Francisco são elementos muito fortes na vida pessoal e profissional do jornalista José Raimundo. Ele já percorreu o rio da nascente a foz três vezes e a sua primeira reportagem de repercussão nacional sobre um desastre ambiental foi gravada no Rio São Francisco. Nesse lugar ele, já fez muitas matérias, amizades, já ouviu muitas histórias alegres, tristes, já se emocionou e também já se indignou.

José Raimundo já foi destaque em muitas coberturas estaduais de festas populares como o carnaval e coberturas policiais e políticas. Recentemente ele produziu um material especial para o Fantástico mostrando os bastidores do apartamento onde o ex-ministro Geddel Vieira Lima e as malas com os 51milhões.

Para ele, o jornalista tem que sempre persistir e nunca desistir de produzir uma matéria ao surgir qualquer dificuldade que seja. Além disso, é preciso ouvir e se colocar à disposição das pessoas.

“As comunidades precisam ser ouvidas e eu sempre me coloco como interlocutor delas. O repórter é um elo de ligação. Ele não é a estrela da matéria é um coadjuvante. As estrelas são as pessoas, os personagens, todos aqueles que estão pelo caminho”, finalizou.

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