Feira de Santana

Ato público contra a 'cura gay' é realizado em Feira de Santana

Em Feira de Santana o Ato Público: Somos LGBITQ+ : Existimos e Resistimos; Doente é o seu ódio, contou com a participação de estudantes, educadores, ativistas sociais e pautou a mensagem que a sexualidade deve ser expressada de forma diversa.

23/09/2017 às 17h14, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

Um ato público contra a “cura gay” foi realizado às 11h da manhã deste sábado (23), na Praça de Alimentação, na Avenida Getúlio Vargas em Feira de Santana.

Manifestantes protestaram com faixas e mensagens contra a decisão do juiz da 14ª Vara do Distrito Federal Waldemar Cláudio de Carvalho, que na última semana assinou uma liminar autorizando psicólogos a oferecerem “terapia de reversão sexual”, sem que sejam punidos pelo Conselho Federal de Psicologia.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A decisão do juiz gerou muita repercussão entre ativistas, artistas, estudiosos de gênero e à opinião pública em geral. Em Feira de Santana o Ato Público: Somos LGBITQ+: Existimos e Resistimos – Doente é o seu ódio, contou com a participação de estudantes, educadores, ativistas sociais e pautou a mensagem que a sexualidade deve ser expressada de forma diversa.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A professora Maria Aparecida Prazeres Sanches, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), afirmou que repudia a decisão do juiz e ressaltou que ser gay não é uma escolha. Para ela, todas as pessoas são seres sexuais e a forma de expressar a sexualidade é diversa.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“A sexualidade pode se expressar sobre a forma homossexual e heterossexual. Também é uma forma de expressão sexual, de orientar-sse sexualmente a forma como se constrói e sente o desejo sexual. No mundo ocidental cristão começou-se a construir uma ideia que uma única forma de orientação sexual, ou seja, a heterossexual, é a correta. Isso foi criando preconceitos com relação a qualquer outra forma de expressão de sexualidade que não fosse heterossexual”, disse.
 
Maria Aparecida salientou que homossexuais, transexuais e travestis sempre existiram historicamente e são grupos que fazem parte da sociedade.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade 

“Quando se constroí uma exceção legal que diz que os psicólogos podem produzir terapias de reversão sexual, terapia de reorientação sexual, está dizendo em outras palavras que o comportamento que nós assumimos, é um comportamento errado e doente. Isso é preconceito”, acrescentou.
 
Segundo a professora, a liminar do juiz abre um precedente político muito sério na sociedade e aprofunda o preconceito e a violência em nome de um conservadorismo.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Elielton Reis, membro do Coletivo Quitérias, pontuou que toda a classe LGBTIQ+ existe, resiste e repudia toda forma de ódio e de preconceito. Ele explica que liminar nenhuma vai fazer com que homossexuais adentrem ao padão heterossexual e é preciso que a sociedade veja outras realidades e vivências além do universo heterossexual.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

 "Não existe tratamento psicológico para que as pessoas voltem para o padão heterossexual. Isso é algo imposto para pessoas que são completamente diferentes. Não existe tratamento para que as pessoas diferentes de heterossexuais voltem para a norma heterossexista”, finalizou.
 
Elielton também explicou que a sigla LGBTIQ+ refere-se a gays, lésbicas, travestis, transexuais, bissexuais, intersexuais e a letra ‘Q’ para "queer" ou "questionamento".
 
Na última quinta-feira (21), o juiz Waldemar Claúdio, considerou que a sociedade interpretou a sua decisão de forma equivocada. Em nota, ele afirmou que em a decisão não tratou a hossexualidade como doença e que quaisquer questionamentos sobre o assunto deverão ser feitos judicialmente.
 
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
 

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