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Professores da Uefs participam do maior levantamento de plantas da Amazônia

O estudo revelou que a diversidade conhecida de plantas com sementes (angiospermas e gimnospermas) na bacia amazônica abrange 14.003 espécies.

20/09/2017 às 16h08, Por Rachel Pinto

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Um levantamento criterioso e detalhado, com base em dados taxonomicamente verificados a partir de coleções de herbários e museus, realizado por uma equipe de 44 cientistas de países amazônicos, da Europa e dos Estados Unidos, foi publicado na última edição da revista ProceedingsoftheNationalAcademyofSciences (PNAS).

O estudo revelou que a diversidade conhecida de plantas com sementes (angiospermas e gimnospermas) na bacia amazônica abrange 14.003 espécies. Menos da metade dessas espécies (6.727) são árvores, um número bem menor do que aqueles apresentados em trabalhos publicados até então. Mostra, também, que ervas, arbustos e epífitas (plantas que, como algumas orquídeas, vivem sobre outras plantas) são igualmente diversos, embora sejam frequentemente negligenciados em estudos de diversidade tropical.

O trabalho foi liderado pelo doutor Domingos Cardoso, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), e a doutora Tiina Särkinen, do Jardim Botânico Real de Edimburgo (Escócia), e contou com a colaboração dos pesquisadores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) doutores Luciano Paganucci de Queiroz, Alessandro Rapini, Cássio van den Berg, Anderson Machado e doutora Teonildes Sacramento Nunes.

Um diferencial deste estudo, segundo os autores, foi o uso de informações taxonômicas atualizadas, verificadas por centenas de especialistas do mundo todo durante a produção de catálogos de espécies de plantas nacionais, como o Flora do Brasil 2020 (http://floradobrasil.jbrj.gov.br).

Os autores enfatizaram que a publicação desta lista não significa que a flora amazônica já esteja completamente conhecida. Muitas novas espécies de plantas são descobertas todos os anos, tanto no campo como em herbários e museus, e grande parte da vasta Amazônia continua pouco conhecida ou mesmo inexplorada ainda.

Assim, o estudo mostra de maneira emblemática a importância da taxonomia para o conhecimento da nossa biodiversidade e a necessidade de apoio contínuo aos estudos taxonômicos. “A taxonomia é responsável por estabelecer unidades biológicas, sendo base e, ao mesmo tempo, síntese de tudo que se conhece sobre biodiversidade”, ressalta Alessandro Rapini (Uefs). O trabalho publicado na PNAS mostra o papel fundamental dos catálogos de espécies taxonomicamente verificados por especialistas para os estudos em biodiversidade.“Sem essa base científica podemos estar colocando em risco nossa biodiversidade, patrimônio único e insubstituível, simplesmente por falta de um conhecimento realmente qualificado” finaliza Domingos Cardoso (Ufba).

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