Feira de Santana

Contra fechamento, comissão visita Hospital Lopes Rodrigues em Feira de Santana

O presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde e Institutos de Pesquisas Afins da Bahia, o deputado José de Arimatéia, falou sobre a visita.

21/08/2017 às 15h13, Por Kaio Vinícius

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Laiane Cruz

Pais, familiares, pessoas portadoras de transtornos mentais e entidades ligadas à saúde mental se reuniram na última quarta-feira (16) para declarar apoio ao não fechamento dos hospitais psiquiátricos da Bahia. E na manhã de hoje (21), uma comissão visitou o Hospital Colônia Lopes Rodrigues, em Feira de Santana, para verificar as condições do local e o processo de desinstitucionalização da unidade.

O presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde e Institutos de Pesquisas Afins da Bahia, o deputado José de Arimatéia, falou sobre a visita.

“Nós estivemos no Hospital Juliano Moreira, em Salvador, e agora viemos aqui no de Feira porque existem boatos de que essas unidades estariam sendo fechadas. Já existe um projeto. E nós temos essa preocupação, porque são mais de 60 mil pessoas com problemas mentais que precisam de um tratamento com alta complexidade, e esses hospitais são referência aqui na Bahia”, informou.

Ele afirmou que existe outra situação, que é a demanda compulsória de pacientes acometidos de drogas e o hospital está atendendo. “O governo tem que ter uma preocupação, primeiro com os casos psiquiátricos, a questão da droga, e criar um centro de recuperação a nível estadual. O governo está pagando hoje um absurdo com a questão compulsória. Hoje são 120 leitos, 80 pessoas que moram aqui, uns vão pra casa, outros voltam. Na questão compulsória, os municípios como Irará, Amargosa, Ipirá, são a maior demanda, e isso demonstra que os Caps que funcionam nesses municípios precisam ser fiscalizados. Se fechar uma unidade como essa, como vão ficar esses pacientes?”.

A presidente da Associação de Apoio aos Familiares, Amigos e Pessoas com Transtorno Mental da Bahia (AFATOM-BA), Rejane de Oliveira dos Santos, afirmou que esta foi primeira vez, diante das mobilizações que foram feitas pelos pacientes e familiares, que se está fazendo um levantamento de toda a estrutura do Lopes Rodrigues, e conhecendo de perto a forma como está sendo desinstitucionalizado.

“O governo está usando o termo desinstitucionalização como fechamento, e nós somos contra, porque Feira de Santana não pode ficar sem a emergência psiquiátrica que tem aqui, o ambulatório, que já foi desativado, e também os leitos de internação. Temos ainda 30 leitos que ainda restam e nós acreditamos que no momento que fechar a desassistência vai aumentar ainda mais. São vidas que estão sendo jogadas nas ruas, nas penitenciárias, nas delegacias, porque uma vez que esses pacientes não são acompanhados, eles não têm o discernimento do que estão fazendo com sua própria vida ou de outro. Então isso é um crime que os gestores estão praticando do ponto de vista administrativo”, ressaltou Rejane.

Ainda de acordo com ela, foi feita uma denúncia no Ministério Público do Estado da Bahia (MPE), e após o levantamento, será entregue um relatório ao órgão estadual, como também ao Federal.

A diretora do Lopes Rodrigues, Iraci Leite, falou das condições da instituição. “O Lopes Rodrigues é um hospital que recebe a comunidade, e a gente abre as portas para que as pessoas venham verificar o nosso trabalho e as melhorias que a gente tem feito na unidade e principalmente o processo de desinstitucionalização, que é muito bonito e vem acontecendo desde 2013 quando assumi. Então hoje eu me orgulho em dizer que até hoje já saíram daqui 80 moradores, que retornaram para suas famílias. E além do retorno familiar, nós temos também as residências terapêuticas”.

As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

 

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