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Carros usados podem valer a metade do preço do mercado comum em leilões online

Os veículos vendidos em leilão são, na maioria dos casos, produtos de questões envolvendo seguradoras e proprietários endividados.

27/06/2017 às 16h24, Por Rachel Pinto

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Participar de leilões de carros pode gerar uma economia de 100% para quem compra, segundo dados da agência Sodré Santoro. Veículos usados ou seminovos recuperados por seguradoras ou envolvidos em questões judiciais saem mais barato em comparação com o mesmo modelo na tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Na metade de junho, um Volkswagen Fox 1.6 fabricado em 2012 era vendido no site da agência por R$ 15 mil. Na tabela, o mesmo veículo vale cerca de R$ 27 mil. A diferença chega a 80%, considerando que os dois carros estejam em bom estado de conservação.

Outro exemplo é um Chevrolet Prisma 1.4 produzido em 2014 e vendido no leilão online por R$ 20 mil. Oriundo de um resgate da seguradora do veículo, cujo antigo proprietário não conseguiu terminar de pagar as prestações, o carro estava no pátio da Sodré Santoro até a metade de junho. Na tabela Fipe, o mesmo carro custa R$ 37 mil – um valor 85% maior.

Os veículos vendidos em leilão são, na maioria dos casos, produtos de questões envolvendo seguradoras e proprietários endividados. Após determinado prazo sem o pagamento do financiamento, as agências financeiras podem recuperar o veículo e renegociá-lo. Em casos específicos, os automóveis podem ter problemas na documentação, como excesso de multas ou licenciamentos atrasados. Nessas situações, o valor do carro costuma ser ainda menor, para que o novo dono se sinta atraído pela oferta.

O garçom Felipe Ricardi comprou recentemente um Honda Fit 1.4 2008 durante um leilão online. Ele venceu o pregão ao oferecer R$ 10 mil pelo veículo, que havia sido danificado por uma enchente. Na tabela Fipe, o carro custa R$ 23 mil. Ou seja: ele pagou menos da metade do preço, apesar das avarias que o veículo tinha.

“Ele veio com uma massa espessa de terra no interior, estava com um cheiro forte e a lataria ficou com a marca d’água. Tive que fazer uma limpeza mais pesada e polir o carro inteiro. Também tive que levar ao funileiro para resolver um pequeno amassado no para-lama. No final, gastei cerca de R$ 1.000 com os cuidados do carro. Para mim, valeu muito a pena. Ele está novo”, explica.

Os valores também incluem outros tipos de veículos, como caminhões, ônibus, carretas e motos. Uma Yamaha Drag Star modelo 2006 era vendida até o mês de junho por R$ 9 mil na Sodré Santoro. A média de preço de um veículo desses, em sites de vendas, é de R$ 14 mil.

Para o professor de Microeconomia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Ricardo Avelin, os leilões tendem a ser melhores negócios em casos de carros novos recuperados por seguradoras. “São veículos sem avarias, que ficam no pátio ocupando espaço. As agências de leilão querem mais é que sejam vendidos logo”, finaliza.


 

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