Polícia

Diretor de rede de farmácias e mais 7 são indiciados por homicídio

Crime ocorreu em novembro do ano passado em Camaçari e deixou 10 pessoas mortas e outras nove feridas

27/05/2017 às 07h49, Por Kaio Vinícius

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A delegada Thaís Siqueira, titular da 18ª Delegacia Territorial (DT), de Camaçari, anunciou, nesta sexta-feira (26), a conclusão do inquérito sobre a investigação do incêndio que vitimou fatalmente dez pessoas e feriu outras nove, ocorrido numa farmácia, em Camaçari, em 23 de novembro de 2016. Oito pessoas foram indiciadas por homicídio e tentativa de homicídio, entre elas um dos sócios da rede de Farmácias Pague Menos.

Acompanhada do perito criminal Eduardo Rodamilans, coordenador de Engenharia Legal do Departamento de Polícia Técnica (DPT), a delegada disse aos jornalistas, reunidos no auditório do edifício-sede da Polícia Civil, na Piedade, que chegou a essa conclusão baseada no depoimento de mais de 60 pessoas e nos laudos produzidos pelo DPT. Segundo ela, os envolvidos agiram diretamente para o desfecho dos fatos ao infringir as normas regulamentares relacionadas ao trabalho de manutenção que vinha sendo realizado na loja.

Josué Ubiranilson Alves, diretor da empresa Pague Menos, Augusto Alves Pereira, gerente regional, Maria Rita Santos Sampaio, gerente da farmácia incendiada em Camaçari, Erick Bezerra Chianca, sócio da empresa de manutenção Chianca, Rafael Fabrício Nascimento de Almeida, sócio da empresa de manutenção AR Empreendimentos, e Luciano Santos Silva, técnico em refrigeração pela AR, vão responder por homicídios por dolo eventual e tentativas de homicídio das nove vítimas que ficaram feridas.

Já Fernando Vieira de Farias e Edilson Soares de Souza, funcionários da empresa de manutenção Chianca, foram indiciados por homicídio culposo, visto que agiram com negligência. No local do incêndio, a perícia encontrou botijões de gás GLP e soldas elétricas que estavam sendo utilizadas pelos operários que trabalhavam nas obras de reparo do telhado e do sistema de ar condicionado da loja.

O perito Eduardo Rodamilans explicou que várias irregularidades foram observadas na execução da obra, expondo a riscos os funcionários e clientes do local. “O gás GLP estava sendo utilizado para soldar objetos num ambiente fechado e sem ventilação adequada, o que aumenta o risco de explosões. Além disso, os materiais inflamáveis não foram retirados da loja durante a obra”, exemplificou o perito, acrescentando que a explosão causou o desabamento da estrutura da loja.

O inquérito concluído pela delegada Thaís Siqueira foi remetido ao Ministério Público (MP), de Camaçari, no final de março, e contava com mais de 350 páginas. “Não restou dúvidas de que todos os indiciados sabiam dos riscos e, mesmo assim, consentiram a abertura da loja naquele dia”, salientou, acrescentando que os laudos do DPT foram fundamentais para a conclusão dos trabalhos.
 

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