Aventura

Conheça Vinícius Melo, o feirense que cruzou a América Latina de motocicleta

Animado com a aventura, Vinícius traçou um roteiro para chegar até Cusco, no Peru, passando pela Bolívia.

25/05/2017 às 07h53, Por Andrea Trindade

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Laiane Cruz

Cruzar o continente em uma motocicleta é um sonho atraente e desafiador para muitas pessoas. Conhecer belas paisagens, aprender novas culturas, e guardar para sempre na memória as lembranças de uma experiência incrível. Foi o que aconteceu com o agente de trânsito e produtor cultural Vinícius Melo de Britto, 42 anos, de Feira de Santana.

Na dúvida entre comprar uma motocicleta nova e passar as férias olhando para ela e pegar o dinheiro e sair pelo Brasil afora até chegar em outros países com a sua CG 125 cilindradas, ele preferiu a segunda opção, e valeu a pena.

“A ideia de viajar pela América Latina veio do desejo de cruzar fronteiras e vivenciar de perto um pouco dos costumes de outros povos, além de conhecer paisagens e climas diferentes do nosso. E a primeira inspiração veio quando um casal de amigos foi até Ushuaia, na Patagônia Argentina, de Uno”, contou em entrevista ao Acorda Cidade.

Animado com a aventura, Vinícius traçou um roteiro para chegar até Cusco, no Peru, passando pela Bolívia. Partindo de Feira de Santana no dia 02 de abril, o produtor cultural passou pelos estados de Goiás e Brasília até chegar à fronteira do Brasil com a Bolívia, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, para chegar ao seu destino final.

“Eu sabia que encontraria paisagens diversas, grandiosas e bonitas, desde o Salar de Uyuni até a Cordilheira dos Andes. Retornei ao Brasil pela fronteira do Peru com o Acre, e passei por Rondônia, Mato Grosso. Em Rondônia fiz um desvio antes de voltar pra casa e fui até o estado do Amazonas e rodei num trecho da Rodovia Transamazônica, conhecendo assim, um pedacinho da floresta amazônica.”

Vinicius Brito afirma que não teve dificuldades no percurso da viagem. Ele utilizou aplicativos como GPS e Google Maps para se orientar. Durante o dia ele pilotava e à noite dormia em hostels. Nas cidades por onde passou fora do Brasil mantinha uma alimentação simples parecida com a nossa, como carne e frango, acompanhados de arroz, salada e verduras, além de pratos típicos e a tradicional sopa como prato principal em alguns lugares.

“O meu foco era o interior e suas belezas naturais. Portanto, me hospedei sempre em cidades pequenas e alguns vilarejos com característica rural, campesina, mas passei por cidades maiores, como Santa Cruz de La Sierra, que é a sede do governo boliviano, Sucre, que é a capital do país e La Paz”.

O agente de trânsito relembrou os lugares mais bonitos por onde passou, como o Salar de Uyuni, no sudoeste da Bolívia, perto da borda da Cordilheira dos Andes.

“Trata-se do maior deserto de sal do mundo, com mais de 10.000km², formando uma superfície plana com um nivelamento incrível que está a 3.600 metros acima do nível do mar. Outro lugar muito bonito é o Lago Titicaca, na fronteira do Peru com a Bolívia, onde pude fazer um passeio de barco até a Ilha do Sol, um lugar sagrado para os Incas, onde existem sítios arqueológicos e santuários que indicam que ali surgiu a civilização Inca. E um trecho da cordilheira andina, que conheci percorrendo a Carretera Interoceânica, no Peru, passando por montanhas nevadas, e chegando a uma altitude de 4.725 metros acima do nível do mar, lugar onde experimentei tanto frio, que por várias vezes tive que parar a moto e encostar as mãos próximo ao motor pra pararem de doer”, relatou.

No caminho, Vinicius teve a chance não só de apreciar belezas naturais, como também fazer novos amigos. “Conheci em Uyuni um catarinense e um espanhol que também viajavam só de moto. Trocamos muitas ideias. Eu era o mais inexperiente, pois o catarinense já tinha feito várias viagens assim. Quando o encontrei, ele estava vindo do Deserto do Atacama, no Chile, e o espanhol tinha uma história mais interessante ainda. Pediu licença do trabalho, comprou uma moto nos Estados Unidos e está há um ano e meio na estrada”.

De volta a Feira de Santana desde o dia 1º de maio, o servidor municipal e produtor cultural tenta retomar sua rotina diária. Perguntado sobre a sensação de ter feito uma viagem assim, Vinicius responde que ainda está digerindo tudo o que viveu, mas não hesita em dizer que já está planejando um novo roteiro para o ano que vem.

Fotos: Arquivo pessoal
 

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