Entenda a casta carmenère: da história ao sabor do vinho

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Quem aprecia vinho com certeza conhece a uva carmenère, capaz de produzir alguns dos tintos mais consumidos no mundo. Ela é originária da região de Bordeaux, na França, no entanto, espalhou-se para outros países. Hoje, o Chile é seu maior representante, sendo o maior produtor de carmenère no mundo. A região da Califórnia (EUA) e a Argentina também produzem vinhos com esse tipo de uva.

A casta foi praticamente extinta da Europa no século 19 devido a uma praga. Por muito tempo acreditou-se que a carmenère produzida no país sul-americano fosse a uva merlot. Apenas em 1994 ela foi corretamente identificada por um ampelógrafo, profissional que estuda os tipos de uva. Jean-Michel-Boursiquot foi a pessoa por trás da descoberta que tornou a casta emblemática no país. A região onde se encontra o maior cultivo dela é o Vale do Colchagua.        

Os vinhos produzidos com carmenère podem ser frutados, macios e com aromas complexos, vegetais discretos, ao mesmo tempo em que podem ter aspectos mais herbáceos. Tais características distintas fazem com que muitas pessoas tenham sentimentos antagônicos em relação à bebida. O que acontece é que a casca da carmenère é muito sensível e demora mais para amadurecer.

É justamente por esse fato que o Chile se destaca, pois tem solos férteis e um clima favorável ao cultivo. O problema disso é que muitos produtores colhem a uva no mesmo período que as demais, o que faz com que os vinhos tenham aromas vegetais acentuados. Portanto, quando for comprar, peça informação e sugestões para o vendedor, a fim de não se decepcionar.

A carmenère é responsável por produzir vinhos tintos com coloração escura e densa, com aromas de frutas vermelhas, especiarias e até mesmo de chocolate e charuto, caso o amadurecimento seja feito na madeira. Geralmente os vinhos produzidos a partir dessa uva ficam ainda melhores quando misturados com cabernet sauvignon ou merlot.

Para quem procura harmonizar vinhos carmenère, a dica é apostar em carnes vermelhas (principalmente aquelas sem gordura), massas, alimentos assados e a famosa feijoada brasileira.