Brasil
Participante do furto ao Banco Central em Fortaleza volta a ser preso
Durante seu julgamento, Galian afirmou à Justiça que pagou mais de R$ 2,4 milhões a policiais que o haviam detido e liberado após o pagamento de propina em pelo menos três ocasiões.
29/03/2017 às 16h21, Por Kaio Vinícius
Acorda Cidade
Agência Brasil – Policiais militares do Paraná prenderam hoje (29), em Borrazópolis (PR), no Vale do Ivaí, um dos assaltantes que participaram do furto ao Banco Central em Fortaleza (CE), em agosto de 2005. O crime é considerado um dos mais ousados já registrados no país e apenas parte dos mais de R$ 164 milhões levados dos cofres do banco foi recuperada.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, Jean Ricardo Galian, conhecido como “Gordo”, foi detido nas primeiras horas da manhã, em uma ação coordenada que mobilizou 15 policiais do 10º Batalhão da Polícia Militar e da 6ª Companhia Independente da Polícia Militar (PM).
Com cinco mandados de prisão em aberto expedidos pela Comarca de Araçatuba (SP), Galian foi localizado no sítio de parentes, na zona rural de Borrazópolis. Ele já tinha sido abordado por policiais ontem (28), na cidade de Mauá da Serra (PR). Os agentes estranharam seu comportamento ao flagrá-lo dentro de um veículo blindado, junto com outro homem. Os dois suspeitos apresentaram documentos falsos e foram liberados. Só depois disso os policiais descobriram que os documentos apresentados eram falsos e que um dos indivíduos era Galian.
“A partir daí foi montada a ação deflagrada por volta das 6 horas da manhã desta quarta”, explicou o comandante do 2º Comando Regional da PM, coronel Marcos Antônio Wosny Borba, contando que o detento voltou a apresentar documentos falsos para evitar a prisão. Procuradas pela reportagem, nem a Polícia Militar do Paraná, nem a Secretaria de Segurança Pública souberam informar se Galian cumpriu integralmente a pena pelo furto ao Banco Central e a natureza dos cinco mandados de prisão em aberto.
Galian foi detido em flagrante, em setembro de 2006, enquanto participava da escavação de um túnel que daria acesso aos cofres de agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Rio Grande do Sul (Banrisul). Após confessar ter ajudado a escavar o túnel de cerca de 75 metros de comprimento por meio do qual a quadrilha chegou ao cofre do Banco Central, em Fortaleza, "Gordo" foi condenado, em dezembro de 2007, a 40 anos e seis meses de reclusão pelos crimes de furto, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Pouco tempo depois, a Justiça reduziu sua pena a oito anos e seis meses de prisão.
Durante seu julgamento, Galian afirmou à Justiça que pagou mais de R$ 2,4 milhões a policiais que o haviam detido e liberado após o pagamento de propina em pelo menos três ocasiões. Advogados de outros acusados chegaram a afirmar que, a exemplo de Galian, seus clientes também tinham sido soltos após pagar propina a policiais de São Paulo e do Ceará que já os tinham detido antes deles serem definitivamente presos e julgados.
O túnel, no qual a quadrilha acessou o cofre do Banco Central foi aberto a partir de uma casa alugada pelo grupo, que montou uma empresa de fachada no local para não chamar a atenção. Os bandidos levaram mais de R$ 164 milhões em cédulas de R$ 50 durante um final de semana. As notas tinham sido recolhidas para verificação do estado de conservação.
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