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Guardar a Criação

A depredação dos biomas é a manifestação da crise ecológica que pede uma profunda conversão ecológica.

01/03/2017 às 10h35, Por Maylla Nunes

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Todos os anos, durante a quaresma, acontece no Brasil, a Campanha da Fraternidade promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. Neste ano o tema escolhido é: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema: “Cultivar e guardar a Criação” (Gn 2,15).

A CAMPANHA tem como objetivo geral: “Cuidar da Criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho. A proposta é dar ênfase a diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que nele habitam. A depredação dos biomas é a manifestação da crise ecológica que pede uma profunda conversão ecológica.

BIOMA quer dizer a vida que se manifesta em um conjunto semelhante de vegetação, água, superfície e animais. Uma “paisagem que mostra a unidade entre os diversos elementos da natureza. Um bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região, cuja vegetação é similar e contínua, cujo clima é mais ou menos uniforme e cuja formação tem uma história comum. No Brasil, temos seis biomas: Mata Atlântica, Caatinga, Serrado, Amazônia, Pantanal e Pampa.

ALÉM de abordar a realidade dos biomas brasileiros e as pessoas que neles moram, a Campanha deseja despertar as famílias, comunidades e pessoas de boa vontade para o cuidado e o cultivo da Casa Comum. Deseja, que o cidadão seja um cultivador e guardador da obra criada. O cultivar e guardar nasce da admiração! A beleza da Criação faz com que nos inclinemos com reverência diante do Criador.

O QUE PODEMOS e devemos fazer? A “conversão ecológica” começa nas atitudes pessoais, alcança a família, o bairro, a comunidade, mas precisa se estender para toda a região, o Brasil e o mundo. É fundamental o conhecimento melhor dos biomas de suas interfaces e conexões para que possamos preservar o ambiente com clima suportável ao ser humano e a todas as formas de vida, com a preservação do ciclo das águas e a preservação de nossa biodiversidade.

PORTANTO, desafiada pela realidade e pelos apelos da ‘Laudato Si’, do papa Francisco, a Igreja propõe que nos debrucemos, mais uma vez, sobre nosso país, que vejamos nossas riquezas e problemas, num espírito de respeito à natureza, respeito à presente e futuras gerações, para cumprirmos o mandamento que o Criador nos deu desde o início: “cultivar e guardar a criação” (Gn. 2,15).

Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
[email protected]

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