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Eu estava doente

O doente tem direitos e nem sempre são respeitados.

06/02/2017 às 17h11, Por Andrea Trindade

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Neste dia 11 de fevereiro, celebramos o Dia Mundial do Enfermo. A celebração tem como objetivo sensibilizar os países e por conseguinte, todas as instituições dedicadas ao atendimento de pessoas que sofrem, seja pela doença ou por qualquer outra razão como: perseguição, calúnia, desemprego, solidão, pobreza, injustiças, fome…

Quem circula pelas portas de hospitais e ambulatórios poderá constatar as longas filas de espera. Já de madrugada chegam os doentes, tentando assegurar o direito de serem atendidos. Não raro, o número excessivo de pessoas, obriga os médicos a exames rápidos. A situação fica muito mais penosa por causa do preço dos remédios e das dificuldades para internação de pacientes.

O doente tem direitos e nem sempre são respeitados: o direito à vida, à saúde, a um atendimento humano e respeitoso por parte da família e dos profissionais de saúde; direito de receber explicações claras a respeito de sua situação, diagnóstico e prognóstico; direito à assistência espiritual; direito de ser valorizado como pessoa humana e não ser abandonado.

Dois grandes desafios se apresentam no momento. O primeiro é o de prevenir doenças. Muitas delas, quase desaparecidas de nosso país, já forçaram nova entrada e ocupam vastas extensões. Basta lembrar a hanseníase (lepra), a tuberculose, a malária, a dengue, a chikungunya, a zica, a febre amarela… A segunda medida, inadiável, é a de aproximar os remédios e os médicos para mais perto dos doentes. Muitos idosos doentes gastam toda a sua aposentadoria em medicamentos.

Por ocasião do Dia Mundial do Enfermo louvo as iniciativas de médicos e sanitaristas comprometidos em prevenir doenças, evitar a mortalidade infantil e prolongar a vida. Há, sem dúvida, dedicação admirável de muitos médicos, enfermeiros e atendentes. É dever de justiça reconhecer o esforço de hospitais, clínicas e centros de saúde em acolher enfermos e acidentados, empenhando-se para que consigam a cura.

Merecem reconhecimento especial os membros da Pastoral da Saúde e todos homens e mulheres que dedicam horas de seu dia aos doentes, em suas residências ou nos hospitais, de forma gratuita, sem querer resolver problemas médicos ou de saúde, mas como uma presença amiga no momento da dor e do sofrimento. Repito as palavras de Jesus: “Eu estava doente e cuidaram de mim” (Mt 25,36). Quando você visita um doente está visitando Jesus na pessoa do enfermo.

Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
[email protected]

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