Educação

Desativação de turmas da Educação de Jovens e Adultos preocupa professores

Segundo uma professora, a secretaria de Educação, está fechando as turmas e criando onze polos de ensino.

17/01/2017 às 11h55, Por Kaio Vinícius

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Laiane Cruz e Ney Silva

A professora Ednalva Santos, que ensina em uma comunidade no distrito da Matinha, em Feira de Santana, pelo programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), diz que os professores da rede municipal vêem com preocupação o fechamento de turmas para esse público em algumas escolas da cidade. 

Segundo ela, a secretaria de Educação, está fechando as turmas e criando onze polos de ensino. “Houve uma reunião entre a secretaria e os diretores das escolas onde foi comunicado que algumas deixariam de ofertar a Educação de Jovens e Adultos e que foram criados onze polos, onde o EJA deverá ser ofertado”, disse.

A professora questiona os critérios utilizados para o encerramento do programa nestas escolas, se foram consideradas as suas especificidades. “Porque não houve uma conversa com os professores, que são quem realmente conhece a realidade do EJA, que sabem as dificuldades, que sabem os desafios. Então seria interessante haver um diálogo, já que teria necessidade de haver uma mudança”, afirmou.

Ela informa que a maioria dos alunos da escola onde ensina são idosos, que ao saberem do fechamento da turma e a criação de um polo distante da comunidade, disseram que não iriam frequentar mais as aulas.
“Eles falaram que não estudaram na idade regular não foi porque eles não quiseram, e sim porque eles não tiveram oportunidade. E hoje é negado a eles esse direito de novo. Como vai ficar a situação dessas pessoas que são idosas e têm suas limitações?”, questionou.

De acordo com a professora, na Matinha quatro escolas ofereciam o EJA, e agora somente uma, que se tornou o polo de ensino, vai ofertar o curso. Ela reconhece que a demanda não é a mesma do ensino fundamental, mas que o EJA tem as suas particularidades. “São alunos que trabalham durante o dia e estudam à noite. E tem pessoas idosas que não estudaram na idade regular e retornam para a escola. Então mesmo que esse público não seja o esperado, é um público que quer estudar”, declarou Ednalva Santos.

A Secretária de Educação do município, Jayana Ribeiro, esclareceu que ao longo dos anos o número de alunos do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) vem decaindo, o que significa, segundo ela, que mais pessoas estão se alfabetizando na idade certa.

“O estado há mais de cinco anos já fez esse reordenamento e foi enxugando o número de escolas que fazem esse atendimento. E nós estamos fazendo isso desde 2013. Em 2016, nós realizamos visitas e acompanhamento diário nas escolas e verificamos turmas com três ou quatro alunos”, afirmou a secretária.

Jayana Ribeiro disse ainda que é preciso otimizar recursos, mas também garantir estudo para os alunos que continuam se matriculando. Ela explica que a secretaria mantém o transporte escolar no horário noturno e organizou as turmas por polos na cidade e nos distritos, a fim de garantir a concentração de alunos.

“Tem escolas que o número é muito baixo. Não podemos ficar com turmas com três alunos funcionando durante todo o ano, tendo todo um custo, e a gente precisa garantir outras questões na educação com melhorias. E o mesmo custo que temos com uma turma de três alunos, nós temos com a de quarenta”, justificou Jayana.

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