'Salário de inativos está ameaçado', diz prefeito de Feira de Santana

^{Rachel Pinto}

O prefeito José Ronaldo de Carvalho declarou, na manhã desta sexta-feira (13), que os salários dos servidores inativos de Feira de Santana estão ameaçados por conta da situação financeira do município, que não é boa e cuja tendência é piorar. A declaração foi feita durante a entrega do novo prédio da previdência municipal. De acordo com o gestor, a mudança de prédios vai contribuir para uma economia nas contas municipais e, além de ser bem localizada, no bairro Kalilândia, a nova sede irá melhorar o atendimento ao público. 

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“A realidade da previdência no Brasil não é boa em lugar nenhum. A nível estadual, o que a gente vê são os governadores extremamente preocupados com problemas de falta de recursos para pagar os aposentados. A nível municipal, eu entendo que a situação é pior. Todo mundo sabe que a economia dos estados é mais forte do que a economia de qualquer município no Brasil, talvez excetuando-se o município de São Paulo. Mas os demais todos têm dificuldade de caixa e não é diferente em Feira de Santana. Falando especialmente sobre Feira de Santana, eu venho ao longo dos anos chamando a atenção. Já por diversas vezes estive na Câmara Municipal levando esse assunto e também em diversas oportunidades, em todas as emissoras de rádio de Feira de Santana”, afirmou.

José Ronaldo pontuou que o município de Feira de Santana, desde 2013, vem aumentando a sua contribuição patronal. Saiu de 22%, e em janeiro 2017, passará a contribuir da parte patronal para o servidor aposentado com 34,5%, 12,5% a mais do que, segundo ele, a maioria contribui.

“O município ainda está colocando recursos para poder suprir e completar a folha de pagamento dos aposentados. Imagine que nós nomeamos em quatro anos quase mil servidores novos, que evidentemente também são contribuições novas e mesmo assim, não está atingindo o patamar. Eu acho que foi um grande equívoco se criar no Brasil a previdência municipal. Acho inclusive que deveria haver um grande debate nacional sobre isso. Acho que o governo federal não pode ficar omisso nessas questões das previdências municipais. Tem que chamar enquanto há tempo para o debate e um estudo muito mais aprofundado sobre essa questão. Porque se isto não ocorrer, seguramente daqui há alguns anos eu não sei onde irão parar as previdências. Seguramente, na hora que o município passa a contribuir com 12,5% a mais, evidentemente que fica com amplas dificuldades de fazer reajuste para quem está na ativa. Porque na hora que você vai aumentando a contribuição para pagar os aposentados, evidentemente que você vai tirando dos ativos também. Não tem como ser diferente. Se está aumentando a contribuições, está aumentando o valor da contribuição e em quatro anos nós saímos de 22% para 34%. Os salários dos inativos no futuro está ameaçado ou o ativo ou o inativo”, afirmou.

O aumento na contribuição da previdência, de acordo com José Ronaldo, vai impactar no aumento da folha e implicar em dificuldade de remunerações maiores para quem está na ativa. Ele reforçou também que quase mil funcionários municipais foram nomeados em quatro anos e que ainda assim este número é insuficiente para cobrir os funcionários que estão se aposentando.

Novas instalações da Previdência Municipal

Alcione Cedraz, presidente da previdência municipal, afirmou que a nova sede do órgão trará uma economia de 4 mil reais mensais ao município. Ele destacou que as mudanças ocorreram por questões financeiras e que além de economizar, o novo prédio tem plenas condições de abrigar todos os setores da previdência e atender às demandas do município.

“Esse novo prédio com novas instalações, com certeza vai atender muito bem às necessidades para o atendimento ao aposentado e ao pensionista do município”, finalizou.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.