Dia do professor

Professores relembram momentos marcantes na sala de aula

Em meio aos desafios, os professores passam por situações de afeição marcantes, ou gestos de gentilezas de alunos, que para sempre são guardadas na memória.

15/10/2016 às 12h18, Por Andrea Trindade

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Andrea Trindade

A cada ano letivo, uma nova turma, carinhas novas na sala de aula, outras já conhecidas e histórias interessantes para contar. Em meios aos desafios da profissão, o professor passa por situações que os tornam melhores a cada dia e mais compreensíveis acerca dos desempenhos diversos, por aprender com a experiência de lidar com as diversidades sociais, econômicas e comportamentais de cada estudante.

Também em meio aos desafios, os professores passam por situações de afeição marcantes, ou gestos de gentilezas de alunos, que para sempre são guardadas na memória. Em homenagem ao Dia do Professor, comemorado neste sábado, 15 de outubro, o Acorda Cidade ouviu alguns docentes de Feira de Santana, que contaram um pouco de momentos como este.

A professora Maria Regina Oliveira Santana (foto), que trabalha na Escola Municipal Joselito Amorim, disse que o gesto mais gentil que já recebeu de um aluno foi um agradecimento.

“Eu achei de grande valia, foi uma aluna que praticamente não reconhecia as letras do alfabeto e essa semana ela disse para mim: Olha pró, eu já sei ler. Ela começou a ler palavras simples, eu coloquei uma frase no quadro e ela leu todas. Depois contou que a mãe disse que ela deveria me agradecer por ter aprendido a ler. Foi um gesto bonito. A felicidade de ouvir aquilo e vê-la lendo foi muito grande. Eu não esperava. Cada aluno tem o seu tempo. Ela disse eu sou a melhor professora, não só por tê-la ensinado a ler mas também porque gostava da minha presença por eu ser alegre. Isso foi um gesto gratificante para mim”, declarou.

A professora Rosa Angélica Queiroz Ribeiro, da Escola Municipal Mãe dos Humildes, disse que já recebeu vários gestos de gentilezas de seus alunos, mas um chamou a atenção dela.

“Um aluno me pediu para morar comigo. Eu fiquei muito feliz por ele querer me ter como uma mãe, embora preocupada sobre o motivo. Eu atribuo esse pedido ao carinho, à participação na vida dessas crianças, na educação, e por causa dos conselhos e afeto. Quando eles abraçam a gente, por exemplo, é um vínculo que considero como familiar, uma retribuição. A escola é a segunda casa do aluno ele tem o professor como um pai, como uma mãe, um espelho. A gente tenta fazer o melhor e isso é um vínculo familiar. Nossa segunda família, a escola é a nossa segunda casa”, disse.

O professor Flávio Burgos recordou-se de uma turma de jovens aprendizes em que ele ministrava aulas. Era uma turma muito difícil, mas que o surpreendeu muito.

“Eram muito agitados. Era muito difícil conseguir a atenção deles e foi com eles que eu tive uma das maiores experiências de minha vida. Copiei a atitude da professora do filme "Escritores da Liberdade " no qual a professora com recursos próprios comprou cadernos para todos e solicitou que todos escrevessem fatos de suas vidas, porém foi acordado que apenas a professora leria o que estava escrito. Aos poucos os alunos foram contando sobre suas vidas e fatos tristes foram vindo a tona, a professora conheceu um pouco melhor seus alunos e os mesmos se sentiram mais a vontade e participaram mais das aulas. Eu fiz o que ela fez e li histórias muito tristes que iam de estupro e abandono dos pais a assédio moral e racismo do tipo: "”Quem é você neguinha?”, “Você acha que vai ser alguém na vida?”. O pior de tudo é que eles ouviram isso dos pais. Bom, depois disso o comportamento deles melhoraram e eu adotei a turma com muito carinho, respeito, amor e amizade. Senti ali o quanto realmente vale apenas ser professor e fazer a diferença na vida daqueles jovens”, relatou.

Com informações dos repórteres Ney Silva, Ed Santos e Paulo José

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