Feira de Santana

Delegada avalia pesquisa que disse que as mulheres são culpadas pelo estupro

A delegada Dorean dos Reis Soares, que atualmente trabalha na Coordenaria Regional de Polícia e foi titular da Delegacia Especializada ao Atendimento a Mulher (Deam), fez uma avaliação da pesquisa. Ela afirma que se sente triste com esse resultado.

26/09/2016 às 15h56, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso

Um terço (33,3%) da população brasileira acredita que a culpa de estupro é da vítima. De acordo com uma pesquisa inédita encomendada ao Datafolha pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 42% dos homens acreditam que o estupro acontece porque a mulher não se dá ao respeito e/ou usa roupas provocativas. Ainda mais alarmante é o fato de 32% das mulheres concordarem com a afirmação.

O Brasil tem quase 50 mil casos de estupro por ano. A delegada Dorean dos Reis Soares, que atualmente trabalha na Coordenaria Regional de Polícia e foi titular da Delegacia Especializada ao Atendimento a Mulher (Deam), fez uma avaliação da pesquisa. Ela afirma que se sente triste com o resultado da pesquisa.

“Infelizmente as pessoas ainda pensam que nós mulheres não somos donas do nosso corpo. Essa pesquisa reflete a cultura brasileira de que nós mulheres somos objetos e que não temos vontade própria. As mulheres são donas do próprio corpo e não é uma roupa que determina caráter. Quando uma mulher usa uma roupa curta, ela não quer dizer que está disponível. Ela usa uma roupa curta, um decote, para se enfeitar, primeiro pra ela. Quando um homem usa uma roupa que pode ser considerada sensual, não quer dizer que esse homem tem quer ser violentado. A gente tem que ter respeito pela mulher e parar com essa cultura patriarcal de que o homem é dono”, afirmou.

A delegada acredita que esse conceito pode ser mudado e que as mulheres tem que lutar por isso através de suas posições. “O corpo é meu e eu faço com ele o que eu quiser. Se eu tiver interesse em ter um relacionamento com alguém, isso não obriga que esse alguém tenha que me violentar, porque eu uso uma mine saia. Temos que combater essa cultura. Somos companheiras, parceiras, queremos e lutamos para andarmos de lado a lado com o homem para construir um mundo melhor”, destacou.

As informações são do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade 

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