Feira de Santana

Pais de crianças com microcefalia podem realizar tratamentos alternativos em casa

O encontro contou com a participação de profissionais da saúde como enfermeiras, fisioterapeutas, psicólogas, e do neuropediatra Paulo Varjão.

31/08/2016 às 15h32, Por Kaio Vinícius

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A Secretaria Municipal de Saúde realizou a segunda edição do Encontro com Pais e Crianças com Microcefalia na tarde desta terça-feira (30), no auditório dr. João Batista de Cerqueira, na SMS. Na ocasião, o principal tema abordado foi a importância de estímulos sensoriais e motores para essas crianças, além das crises convulsivas, e tratamentos alternativos que podem ser realizados pelos próprios pais. O encontro contou com a participação de profissionais da saúde como enfermeiras, fisioterapeutas, psicólogas, e do neuropediatra Paulo Varjão.

Paulo apontou questões importantes relacionadas à doença. “Quanto mais cedo a mãe contrair o vírus da Zika durante o período de gestação, maior é a probabilidade da criança desenvolver a microcefalia”, afirmou. O neuropediatra disse ainda que a patologia não se trata apenas de uma desproporção crânio-facial. O quadro clínico de pacientes com a doença dará sinais de déficit visual, atraso no desenvolvimento neuro psicomotor, que reflete a capacidade de auto-sustentação do bebê (sentar, engatinhar, levantar e andar), déficit cognitivo e auditivo, estes intrinsecamente ligados, além das convulsões e irritabilidade.

A fisioterapeuta da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e do Hospital Geral Roberto Santos, Adriana Faiçal, informa que o que as crianças com microcefalia mais necessitam são estímulos, e referente ao assunto, abordou o Programa de Intervenção Precoce, sistema adotado no Roberto Santos, que visa ampliar as competências e as mobilidades sensoriais e motoras de crianças que apresentem qualquer tipo de dificuldade nesses aspectos. Elas também necessitam de uma equipe específica de profissionais que conte com fisioterapeuta, fonoaudiólogo, assistente social, psicólogo e terapeuta ocupacional.

Michele Vesalli, fisioterapeuta do Núcleo de Atendimento Integrado à Saúde da FTC, apresentou aos pais presentes modos alternativos de suporte na criação das crianças. A Shantala, que é uma massagem indiana própria para bebês e visa ampliar o contato com a criança e fortalecer os vínculos afetivos, foi uma das sugestões. O banho de ofurô, para bebês de até 6 meses, pois é feito em um balde e pode causar desconforto em crianças maiores, logo após à massagem seria um modo de prolongar esse relaxamento, atentando para a posição da cabeça do bebê e temperatura da água. Uma calça sensorial, uma veste acolchoada que auxilia na autonomia de posicionamento do bebê, além da extero-gestação e a própria amamentação.

Maiane de Araújo tem 23 anos, é mãe de duas crianças, e diz que passou por algumas dificuldades quando descobriu que seu filho tinha a doença, mas que a Secretaria de Saúde a auxiliou nesses momentos, não só através do Encontro. “Eu sofri preconceito, o pai dele o abandonou e eu criei ele sozinha com muito amor. A Secretaria me acolheu, foi como uma família para mim. Esta ocasião é importante por que instrui as mães sobre como lidar com a situação”, completou.

Ana Luiza Melo, enfermeira da vigilância epidemiológica e técnica de referência em microcefalia, afirma que o principal objetivo do Encontro é proporcionar a troca de experiências entre as famílias e alertá-las para a importância do estímulo a essas crianças, visto que elas já passaram da fase de recém-nascidas.
 

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