Feira de Santana

Encontro Black Power valoriza beleza da mulher negra em Feira de Santana

O evento foi realizado no Marcado de Arte Popular.

23/07/2016 às 19h43, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso

‘Solte seu cabelo e prenda o racismo’. Esse é slogan do primeiro Encontro Black Power, Cachos, Crespos e Dread, realizado neste sábado (23) no Marcado de Arte Popular (MAP) em Feira de Santana, em comemoração ao dia da mulher negra.

Edcarlos Ribeiro, um dos organizadores do evento contou como surgiu a ideia. “Tomamos essa iniciativa, pois existe muito preconceito e existe um padrão que o cabelo tem que ser liso. Geralmente não vemos esses eventos no país, por isso fizemos para valorizar a mulher negra, pois os negros são lindos. O cabelo do negro cresce pra cima e é uma coroa natural. Fizemos essa iniciativa para o negro se valorizar e ter autoestima”, destacou.

Nice Santiago, conhecida como Nice Cachos, tem um canal no Youtube, onde dá dicas sobre cabelos cacheados e crespos. Ela falou sobre a importância de eventos como esse para valorizar a beleza negra. “Esse evento é muito importante, pois a sociedade tem que nos aceitar. Nós fugimos dos nossos padrões, pois para a sociedade temos que ser lisas. Nós somos netos de negras, que a sociedade não conseguiu matar, então é da nossa raiz e do nosso DNA os cabelos crespos. Infelizmente tem muita gente que gosta do cabelo com química e nós não temos o direito de criticar”, disse.

Nice afirmou que é muito procurada para tirar dúvidas sobre cabelos crespos e conta como surgiu a ideia de fazer um canal no Youtube. “Antes eu dava produtos químicos no cabelo e quando parei coloquei uma foto no Facebook. As pessoas começaram a me perguntar como eu estava fazendo e eu decidi criar um grupo no Whatsapp para explicar. O grupo cresceu e eu fiz um blog e depois um canal no Youtube”, contou.

Andreia Black, especialista em tranças afros, disse que o evento serve para empoderar. “A mulher negra tem que saber que ela é linda com o cabelo crespo. Não existe cabelo duro e sim crespo e as mulheres tem que assumir. As pessoas falam que a escravidão passou, mas não é verdade, pois desde quando você deixa a sociedade lhe oprimir, você ainda é escrava. Acho que a libertação começa do cabelo. Meu salão foi uma oportunidade, estou no comércio aqui no Mercado de Arte há três anos e eu não faço somente o cabelo das minhas clientes e sim a cabeça, pois elas são muito lindas”, afirmou.

As informações e fotos são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade 

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