Saúde
Cardiopatia congênita afeta cerca de 1 milhão de bebês no mundo anualmente
De acordo com o relatório, a estimativa anual é de que cerca de 1 milhão de bebês nascem com alguma cardiopatia congênita.
23/06/2016 às 09h29, Por Maylla Nunes
Acorda Cidade
O Instituto do Coração da Criança e do Adolescente do Ceará (InCor Criança) divulgou recentemente dados importantes sobre as cardiopatias congênitas e sua ocorrência em crianças. De acordo com o relatório, a estimativa anual é de que cerca de 1 milhão de bebês nascem com alguma cardiopatia congênita.
Ainda segundo o relatório, nove em cada 10 desses bebês estão em áreas do globo em que o acesso aos cuidados médicos são escassos, muitas vezes impedindo que as mulheres tenham um cuidado maior durante a gestação. No Brasil, o número anual de nascimentos de bebês com cardiopatias congênitas é de 25.757, o que equivale a 9 bebês com o problema em cada 1000 nascimento. No total, estima-se que mais de 1 milhão de bebês tenham alguma dessas doenças.
Gravidade
É muito importante que a doença seja diagnosticada e tratada adequadamente, pois é responsável por 6% dos óbitos infantis abaixo de um ano de idade. Os atrasos no desenvolvimento ou os défices cognitivos estão associados a um número entre 20 a 30% dos nascidos com cardiopatia.
Mesmo para as crianças que conseguem se desenvolver, chegando até a fase adulta, é muito importante que o tratamento continue, pois 76,1% das mortes acontecem na fase adulta, demonstrando que o risco não se resume apenas aos primeiros anos de vida.
Entenda a cardiopatia
A doença cardíaca congênita, como também é conhecida a cardiopatia congênita, é uma alteração na estrutura do coração que se dá antes mesmo do nascimento, normalmente em bebês prematuros. Este é um termo genérico que pode descrever diversas outras alterações do coração e seus grandes vasos. Essa é a alteração mais comum e também uma das principais causas de morte nas crianças recém-nascidas.
Os sintomas deste problema podem surgir na infância ou mais tarde, enquanto a criança se desenvolve ou até mesmo na fase adulta. Em alguns casos, é comum que a cardiopatia congênita não cause sintomas.
Os maiores riscos da cardiopatia congênita
Entre os fatores apontados como risco, estão questões ambientais e genéticas, que podem desenvolver alguma cardiopatia congênita. Fatores hereditários são os principais – assim como doenças cromossômicas, como Síndrome de DiGeorge, Síndrome de Down, Síndrome de Noonan, Síndrome de Marfan, Trissomia 13 e Síndrome de Turner.
A rubéola durante a gravidez também pode fazer com que o feto desenvolva a doença, além de diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2, interferindo no desenvolvimento do coração. O diabetes gestacional, no entanto, não costuma aumentar o risco deste problema.
Medicamentos cardíacos só devem ser usados com o devido aconselhamento médico, pois também são conhecidos por causar alterações congênitas. Há também outros medicamentos que aumentam a incidência de tais alterações – como o lítio, para tratamento de desordem bipolar – e aqueles de tratamento para a acne.
Consumir drogas – como o álcool e outras substâncias – durante a gravidez, também é apontado como um risco ao desenvolvimento do bebê.
Acompanhamento médico
Nos recém-nascidos, a sobrevida depende de quão grave é o efeito, o momento do diagnóstico e como ela será tratada. Normalmente, 97% dos bebês com cardiopatia congênita sobrevivem até um ano, enquanto 95% sobrevivem até os 18 anos de idade. No casos mais críticos, esses números são de 75% até um ano e 69% até os 18 anos.
Os profissionais que fazem o diagnóstico e acompanhamento desses casos geralmente são os pediatras, cardiopediatras e cardiologistas.
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