Feira de Santana

Vereador diz que túnel do BRT atingiu lençol freático na Maria Quitéria; engenheiros negam

O secretário municipal de Planejamento, Carlos Brito, esteve no programa Acorda Cidade, acompanhado de dois engenheiros, que acompanham a obra. Carlos Brito afirmou que viu com muita tristeza o posicionamento do vereador Beldes Ramos.

24/05/2016 às 15h22, Por Maylla Nunes

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Danillo Freitas e Daniela Cardoso

O vereador Beldes Ramos (PT) visitou as obras do túnel na Avenida Maria Quitéria e detalhou informações que obteve. O petista afirma que com a construção, o lençol freático foi atingindo gerando um grande problema na cidade. O vereador acrescentou que para realizar obras que influenciem no lençol freático é necessária licença ambiental do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA).

Beldes disse que esteve acompanhado do engenheiro civil Bruno Sodré, que após estudos da documentação da própria empresa, Via Engenharia, que realiza a obra, observou que a prefeitura de Feira gerou um grande problema para a população feirense, porque água limpa está minando e a empresa está bombeando água para Getúlio Vargas, o que, em alguns momentos, provoca alagamentos nas proximidades do canteiro.

O secretário municipal de Planejamento, Carlos Brito, esteve no programa Acorda Cidade, acompanhado de dois engenheiros, que acompanham a obra. Carlos Brito afirmou que viu com muita tristeza o posicionamento do vereador Beldes Ramos. “Ele disse que não existe politicagem, mas como uma pessoa vai para uma obra as 7h da manhã de sábado, sem pedir uma autorização? Se ele tivesse boa intenção, ele teria comunicado que iria visitar a obra”, disse.

O engenheiro João Vianey Marval Silva frisou que o lençol freático não é impeditivo para nenhuma obra. Segundo ele, todas as estruturas foram dimensionadas para essa demanda e no caso específico da obra da Maria Quitéria, a ação da água já era prevista. “O próprio projeto indica que nas sondagens realizadas, o lençol freático estava presente. No caso da trincheira específica, o lençol freático fica em uma condição inferior a estrutura do pavimento. A obra não intervém no lençol freático”, explicou.

Sobre a água que está empossada na Getúlio Vargas, o engenheiro disse que “para a execução das estruturas complementares, existe uma perfuratriz e para a execução desse furo é injetado um volume grande de água para ser feita a lavagem. Então aquela água que está sendo bombeada não é relacionada ao lençol freático e sim proveniente da execução dos tirantes. Estamos lançando por volta de oito carros pipas de água por dia para fazer essas perfurações”, disse.

Ainda conforme João Vianey, cada furo consume um caminhão pipa, ou seja, cerca de 8 mil litros de água. Ele informa que a obra prevê 304 tirantes e hoje se encontra com 290 tirantes executadas. “Então já lançamos um volume de água considerável”, afirmou.

No caso da obra da trincheira da Avenida Maria Quitéria, o engenheiro João Vianey informou que, de acordo com a sondagem, o lençol freático estaria abaixo dos 6 metros e meio, sendo que a cota final de pavimento está acima desse número. Ele lembra que o lençol freático tem variação. “Em período seco ele baixa e em período chuvoso, eleva. O que a obra prevê é uma camada em pedra para ajudar a estabilizar o pavimento e conter uma possível variação do lençol freático”, explicou.

O engenheiro José Marcone Paulo de Sousa, afirmou que ficou preocupado com as informações equivocadas passadas pelo vereador. “Primeiro ele alega que o lençol iria comprometer as estruturas. A engenharia é uma ciência exata. Uma obra da magnitude daquela não se trabalha com improviso. Temos equipes que desenvolveram projetos. Toda obra, durante a execução, tem situação de adequação, que é feita ouvindo os projetistas. Temos o cuidado de observar que a obra teve adequação e ouvimos os projetistas. Já tivemos contato com o Inema, que já estive na obra e já reconheceu que não estamos rebaixando o lençol freático daquela obra. Estamos tranquilos quanto a essa questão”, declarou.

Obra da João Durval sem terminar a da Maria Quitéria

Sobre o início da obra na João Durval, antes de liberar as avenidas Maria Quitéria e Getúlio Vargas, o secretário Carlos Brito disse que é uma questão de cronograma. “Começamos a Maria Quitéria, que tem uma maneira de construção diferente, devido as árvores. Na João Durval não fechamos totalmente. É uma questão de cronograma”, disse, acrescentando que a Getúlio deve ser liberada no dia 29 de junho enquanto a Maria Quitéria deve ser liberada 60 dias depois.

O engenheiro Vianey informou que na trincheira da Maria Quitéria foram executadas as paredes e lançadas as vigas para posteriormente fazer a laje e a parte superior. No caso da João Durval, segundo ele, são executadas paredes, mas como o vão é menor, a laje é maciça. “A escavação não será de imediata. Primeiro vamos fazer a laje, liberar a pista e depois fazer a escavação por baixo”, explicou.

Material do BRT na Vila Olímpia

Moradores da região da Vila Olímpia estão reclamando que restos do material das obras do BRT estão sendo jogados no local. O engenheiro Marcone explicou que existe licença ambiental para isso. “Não é aterro sanitário e sim um resto de material, que é de boa qualidade. O prefeito José Ronaldo tem um projeto de urbanização para local, já estamos em fase de licitação e as obras de drenagem devem começar daqui há 15 dias”, afirmou.
 

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