Feira de Santana

Após deixar residencial, família ocupa casa em construção

Depois que deixaram o residencial, mãe e filho foram para uma casa em construção no bairro Conceição que não tem a mínima estrutura e apenas dispõe das paredes levantadas.

21/04/2016 às 10h45, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

Depois da desocupação do residencial Solar da Princesa, localizado no bairro Santo Antônio dos Prazeres na última terça-feira (19), em Feira de Santana, a maioria dos moradores voltou para suas casas ou procurou abrigo na casa de parentes. Porém, esse não foi o caso de Maria das Dores, de 60 anos, e de seu filho de 18 anos que possui deficiência intelectual.

Depois que deixaram o residencial, mãe e filho foram para uma casa em construção na Rua Barro Preto, bairro Conceição que não tem a mínima estrutura e apenas dispõe das paredes levantadas. Com os poucos pertences, eles estão desde a última quarta-feira (20) nesse local, sem ter para onde ir e contando com a ajuda de vizinhos, principalmente com a colaboração para a alimentação e a doação de algumas moedas.

Natural de Petrolina em Pernambuco, Maria das Dores, antes de ocupar o residencial há quatro meses, morava em uma casa abandonada no bairro da Conceição. Após sair do residencial, não pode retornar para a antiga moradia, pois de acordo com ela, a casa foi vendida pelos proprietários. Sem opção de moradia, ele decidiu então ocupar a casa em construção, onde se encontra atualmente na companhia de seu filho.

Muito abatida, a senhora contou a sua história ao Acorda Cidade e explicou que é inscrita no Programa Minha Casa Minha Vida há cinco anos e que não foi contemplada porque não apresentou o laudo médico que comprova a deficiência intelectual do seu filho.

“Estou inscrita há uns cinco anos no Programa Minha Casa Minha Vida. Sou viúva e tenho este filho. Não fui contemplada porque não entreguei o laudo médico dele”, afirmou.

Além de todo o transtorno, ela disse também que estava juntando algumas moedas que recebeu através de doação, mas foi roubada por bandidos que passaram pela casa em construção. Sem segurança, o local é aberto, não tem porta, nem telhado. Apenas as paredes. Entre os seus pertences, estão apenas um fogão, um colchão e um sofá, que também correm o risco de serem roubados ou podem molhar, caso chova.

Maria das Dores lamenta a sua situação e diz que seu único desejo é ter uma moradia. “Eu nunca tive uma casa minha para morar. Meu desejo é só ter um lugar, uma casa”, disse emocionada.
 
Ajuda dos vizinhos

Muitos vizinhos estão bastante sensibilizados com a história de Maria das Dores e tem ajudado como podem, oferecendo principalmente as refeições para ela e o seu filho.

Adilson Silva da Conceição é uma dessas pessoas que tem acompanhado de perto o drama e o todo o sofrimento da idosa. De acordo com ele, é uma situação lamentável que tem chocado a todos.

“É muito triste. A gente ajuda como pode. Eu mesmo vim com minha esposa ontem trazer almoço para ela. Ela precisa de ajuda, é preciso que a prefeitura olhe para esse caso. Vão esperar que ela perca tudo? É muito dolorido ver uma cena desta”, relatou o morador bastante comovido.

Com informações e fotos do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
 

Leia mais: Após reintegração de posse de residencial, secretário explica que próximo passo será a pré-seleção das famílias

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