Entrevista

De mãos juntas: obra literária marca centenário de vida de Monsenhor Gaspar Sadoc

Reconhecido como importante líder religioso do Brasil, e destacado intelectual baiano, Monsenhor Sadoc é membro da cadeira nº 10 da Academia de Letras da Bahia.

27/03/2016 às 11h44, Por Andrea Trindade

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Resultado do encontro semanal, ocorrido ao longo de três anos e meio, entre dois homens intelectualmente maduros – o médico psiquiatra Carlos Alberto Kruschewsky e o líder religioso soteropolitano Monsenhor Gaspar Sadoc da Natividade – a obra literária ‘De mãos juntas’ reúne reflexões e ensinamentos sobre valores humanos, a exemplo de temas como esperança e sofrimento. A obra, lançada no último dia 18 em Salvador, marca o centenário de vida de Monsenhor Gaspar Sadoc.

Reconhecido como importante líder religioso do Brasil, e destacado intelectual baiano, Monsenhor Sadoc é membro da cadeira nº 10 da Academia de Letras da Bahia. Em entrevista, Carlos Alberto Kruschewsky comentou sobre a relação estabelecida com Monsenhor Gaspar Sadoc e de que forma a obra foi desenvolvida. Ele revela, também, aspectos centrais do livro.

Confira a entrevista

O que lhe motivou a participar da elaboração da obra?

Carlos Kruschewsky: sou amigo de Sadoc há mais de 30 anos, e o visito praticamente toda semana, então, há algum tempo verifiquei que ele estava ficando meio indiferente, aos problemas intelectuais. Sugeri que aproveitasse para fazer algo que fosse útil, não só para, mas para aqueles que pudessem ouvi-lo.

Na sequência, mantive contato com a direção da rádio Excelsior, e eles aceitaram imediatamente a proposta de transmitir as gravações realizadas a partir de diálogos entre a minha pessoa e Monsenhor Gaspar Sadoc. Eram gravações semanais, de 3 a 5 minutos. Oportunidade em que variados temas da personalidade humana eram abordados. Observe que a transmissão com os diálogos ocorre até os dias atuais.

Quais os desafios de contribuir com a elaboração da obra?

Carlos Kruschewsky: no período anterior ao lançamento do livro foram realizadas 350 gravações, totalizando cerca de 1400 minutos. Então, foi um extenso e prazeroso trabalho intelectual de ouvir uma mente brilhante.

A obra tem prefácio do professor, que foi muito amigo Sadoc, e colega de seminário durante muitos anos, professor Pinheiro. Infelizmente, faleceu e não vai poder assistir à divulgação do livro. A capa, muito bem elaborada, é resultado da reprodução da pintura do professor Waldo Robatto. Alguns trechos do livro trazem referências a Santo Amaro, que é a terra de Sadoc.

Quais aspectos intelectuais destacaria no livro?

Carlos Kruschewsky: as reflexões a propósito da esperança. Para uma pessoa como Sadoc – na época quando começamos as gravações ele ia completar 97 anos – discorrer sobre o tema, com esse nível de amadurecimento, falando sobre a esperança, é uma coisa de entusiasmar. Pela maneira com a qual ele expressa o confiar, saber crer, sabe esperar.

Outro tema abordado na obra que destacaria são as reflexões que ele fez a respeito do sofrimento, como instrumento de grande porte para aproximação com Deus. Esses são os aspectos que eu gravo com mais intensidade, porque me impressionaram mais.

O que destacaria na personalidade de Monsenhor Gaspar Sadoc?

Carlos Kruschewsky: Gostaria de destacar é própria ideia de Sadoc, a inteligência dele, a memória, a atenção. Essas faculdades intelectuais que ficam comprometidas em todos nós com a idade, mas que ele conserva.

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