Santa Bárbara

Idosa com fratura de fêmur espera quase três meses por cirurgia; neta pede ajuda

A idosa sente muitas dores e já percorreu unidades de saúde de Fera de Santana sem conseguir fazer o procedimento. A neta dela, a vendedora Juscilene Araújo, relata o sofrimento da avó.

01/12/2015 às 17h37, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso e Ney Silva

A vida da trabalhadora rural Alzira Soares de 97 anos mudou bastante desde o momento em que ela caiu numa estrada da zona rural de Santa Bárbara. Com uma fratura fechada de fêmur ela tenta há quase três meses uma cirurgia. A idosa sente muitas dores e já percorreu unidades de saúde de Fera de Santana sem conseguir fazer o procedimento. A neta dela, a vendedora Juscilene Araújo, relata o sofrimento da avó.

“Ela sofreu essa queda, procurou atendimento em um hospital particular de Feira e eles recomendaram que ela voltasse para casa e que procurasse um atendimento em Salvador, por que esse tipo de fratura não resolvia aqui. Voltamos para Santa Bárbara, procuramos um hospital lá, onde fomos orientados a ir pra casa, pois pela idade dela, certamente, não seria chamada através da central de regulação. Diante dessa situação, sem expectativa de atendimento, retornamos para casa, onde ela se encontra até hoje sofrendo”, afirmou.

Segundo Juscilene, a avó dela está sentindo muita dor e se debilitando aos poucos, pois é uma pessoa que tinha uma vida ativa e agora encontra-se em cima de uma cama, sem andar. Ela afirmou que a família toda sofre com a situação, por não saber o que fazer.

“Ela fica só na base de medicação. A gente não chegou a levantar os valores dessa cirurgia pela rede particular. Já fomos a diversos hospitais e não conseguimos atendimento em nenhum, então a gente retorna pra casa sem nenhuma expectativa de atendimento. Estamos tentando um atendimento no Hospital Geral Clériston Andrade para realizar essa cirurgia ou pelo menos uma consulta para avaliar. É triste, a gente sofre junto com ela. É um descaso com saúde”, disse.

O Hospital Geral Clerston Andrade é o único da região de Feira de Santana que atende pacientes com fratura fechada. O diretor do hospital, José Carlos Pitangueira, tem uma lista de espera quase sempre superior a 50 pacientes. Ela afirma que Feira de Santana precisa de um novo hospital e que enquanto isso não ocorrer, pelo menos a ortopedia tem que ser resolvida com as clínicas particulares que tem na cidade. Segundo Pitangueira, essas clínicas poderiam ser contratadas através do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Precisamos de ajuda. Não podemos ficar sozinhos na ortopedia fechada. Recebemos um documento do Ministério Público acionando o Clériston para fazer uma cirurgia, mas se eu tenho 53 pacientes para operar, não posso pegar paciente de fora. Temos necessidade de ajuda. Todo mundo tem crise, tem dificuldades, mas temos que olhar como vamos resolver. Precisamos parar de culpar uns aos outros”, declarou.
Sobre o caso da idosa Alzira Soares o doutor Pitangueira informou que vai tentar ajudá-la. É provável que a cirurgia dela seja realizada em um hospital de Salvador.

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