Pesquisa e Inovação

Nova espécie de mandioca ganha nome de Professor da UFRB

A planta está entre as 15 novas espécies descobertas pelo projeto “Coleta e Conservação de Espécies Silvestres de Manihot no Brasil”

01/12/2015 às 16h38, Por Kaio Vinícius

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O professor aposentado da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Paulo Cezar Lemos de Carvalho, foi homenageado com o uso de seu nome para denominar uma nova espécie de mandioca silvestre, intitulada Manihot cezarii M. Martins. A planta está entre as 15 novas espécies descobertas pelo projeto “Coleta e Conservação de Espécies Silvestres de Manihot no Brasil”, realizado por pesquisadores da UFRB e da Embrapa Mandioca e Fruticultura, desde 2010.

“Além de ser um dos maiores conhecedores deste gênero, ao qual pertence a mandioca, Paulo Cezar sempre se destacou como educador, na formação de estudantes do Ensino Médio e Superior em Cruz das Almas e cidades vizinhas”, reconheceu o professor da UFRB, Márcio Martins, um dos autores do estudo, em parceira com o pesquisador da Embrapa, Carlos Alberto Ledo. A descrição da nova espécie foi publicada no número 24 do periódico Novon, publicado pelo Missouri Botanical Garden, Estados Unidos, e está disponível online no link http://www.bioone.org/doi/pdf/10.3417/2014012.

Manihot cezarii M. Martins é encontrada nos estados de Goiás e Mato Grosso, tem folhas planas e verde-azuladas e inflorescências pêndulas, com brácteas foliáceas, características que a distinguem de outras espécies do grupo. É considerada como Em Perigo (EN) de acordo com os critérios da Lista Vermelha da International Union for Conservation of Nature (IUCN), por ter distribuição restrita a menos do que 5.000 km2 e por não existir em mais do que cinco localidades. “Muitas espécies deManihot são consideradas ameaçadas, daí a importância de mantê-las cultivadas nas coleções de campo das instituições envolvidas neste projeto”, disse Martins.

Histórico das pesquisas – De acordo com Martins, as pesquisas com parentes silvestres de mandioca iniciaram-se em 1995 na antiga Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), juntamente com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (CENARGEN), e se estenderam até o ano 2000. “Nesse período, o professor Paulo Cezar e o pesquisador da CENARGEN, Antônio Costa Allem, viajaram pelo Brasil e coletaram espécies silvestres de Manihot com finalidade taxonômica e conservacionista, mantendo acessos dos materiais coletados em áreas experimentais de ambas as instituições”, disse.

Com o novo projeto iniciado em 2010 e financiado pela Embrapa, o CNPq e a FAPESB, foram visitados 15 estados brasileiros, a maioria no Nordeste e Centro-Oeste. Como resultado, foram coletados cerca de 300 exemplares de 40 espécies silvestres de Manihot e descobertas 15 novas espécies. Das espécies novas descobertas, três já foram descritas: Manihot breviloba P. Carvalho & M. Martins, que ocorre no litoral de Sergipe, Manihot bellidifolia P. Carvalho & M. Martins e Manihot longiracemosa P. Carvalho & M. Martins, que ocorrem na Chapada Diamantina.

“A descrição de novas espécies é importante para o melhor entendimento de nossa diversidade e do seu estado de conservação. Com esse conhecimento, podemos tomar medidas que preservem essas espécies e o ecossistema onde elas ocorrem”, explicou Martins. “Os dados coletados nas pesquisas também estão auxiliando os programas de melhoramento e pré-melhoramento da mandioca desenvolvidos pela Embrapa Mandioca e Fruticultura. Num primeiro momento, toda espécie silvestre é potencialmente útil nesse processo”, acrescentou.

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