Internet
Ministra pede punição para internautas que ofenderam estudante de medicina
A estudante, que vive no sertão nordestino, entrou na primeira turma de medicina do Campus de Caicó, que faz parte da política de inclusão regional no ensino de medicina.
14/08/2015 às 07h17, Por Andrea Trindade
Acorda Cidade
Em meio às manifestações de apoio do governo e da sociedade civil direcionadas a Ana Luiza Silva de Lima, estudante de medicina que foi alvo de ofensas nas redes sociais após discursar na cerimônia de dois anos do Programa Mais Médicos, no último dia (4), a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, disse ontem (13) que os responsáveis pelas ofensas devem ser punidos.
Eleonora informou que entrou em contato com a Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres do Rio Grande do Norte solicitando providências das autoridades no estado para identificar os autores das ofensas e puni-los. “Peço investigação, julgamento e punição. Quem a ofendeu tem que pagar, tem que ser investigado e tem que responder”, afirmou a ministra, em entrevista à Agência Brasil.
No evento, no Palácio do Planalto, com a presença da presidenta Dilma Rousseff e de ministros, a estudante de medicina do Campus de Caicó, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Ana Luiza Lima, falou sobre a oportunidade de acesso à educação que teve por meio de incentivos de políticas públicas do governo. Em seguida, internautas postaram comentários em sua página do Facebook em que a chamam de “médica vagabunda de pobre”, “vadia” e “ignorante”, entre outras ofensas.
A estudante, que vive no sertão nordestino, entrou na primeira turma de medicina do Campus de Caicó, que faz parte da política de inclusão regional no ensino de medicina. No discurso, ela relatou que não teria condições de se manter na capital do estado para cursar a universidade e, com a abertura do campus, o sonho se tornou possível.
A ministra lamentou o episódio e disse que as ofensas demonstram a dificuldade da sociedade em conviver com a diferença de posições. Ela afirmou também que os comentários demonstram preconceito de classe social e de gênero. Para Eleonora Menecucci, o ocorrido mostra ainda que as diferenças políticas estão sendo transformadas em atos de violência.
“A classe dominante, que sempre entrou na universidade, que sempre foi a elite da medicina no nosso país, não aceita, não convive com políticas sociais de inclusão do nosso governo que possibilitou que milhares de jovens entrassem na universidade”, disse a ministra.
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, condenou os ataques a Ana Luiza. “A aluna que, na semana passada, deu seu depoimento na cerimônia do Mais Médicos, nordestina, filha de agricultores, agora é atacada de forma machista, fascista, nas redes sociais. Hoje temos as mesmas oportunidades de estudar nas mesmas salas que os outros sempre tiveram”, afirmou Carina.
A integrante da coordenação nacional da Marcha Mundial das Mulheres, que reúne mulheres em campanha contra a pobreza e a violência, Nalu Faria, disse que o episódio é reflexo do recente crescimento do conservadorismo e da intolerância no país. Segundo ela, nesse contexto, surge o preconceito de todas formas, inclusive contra as mulheres.
“No caso das mulheres, junto com o preconceito de classe, tem o preconceito de gênero, toda essa questão do machismo. Por isso, chamam de vagabunda, muitas vezes, fazem alusão ao corpo. Vemos aí uma conjugação de preconceitos que tem a ver com uma reação de tentar expressar que essas pessoas continuem na subalternidade, sem direitos, sem poder viver com autonomia”, ressaltou Nalu.
A presidenta Dilma Rousseff prestou solidariedade a Luiza por meio do Facebook. Segundo Dilma, o Brasil é maior que o ódio e a intolerância, e é preciso respeitar as opiniões e a liberdade de expressão. “Quero expressar aqui o meu repúdio a toda forma de ódio e de intolerância contra quem quer que seja, em especial, contra essa menina nordestina, que é um exemplo de superação”, postou na rede social.
Hoje, a presidenta falou mais uma vez sobre o assunto durante discurso em cerimônia no Palácio do Planalto, lembrando que a estudante comoveu ao relatar seu sonho de fazer medicina e a dificuldade por morar onde antes não havia o curso. “Essa menina, que acredito que é extremante valorosa, fez aqui algo que comoveu. Ela saiu daqui e foi muito maltratada na internet. Maltratada da forma como a gente conhece quando se trata de mulher”, disse Dilma.
O Ministério da Educação também prestou solidariedade. "Por contar sua história, Ana Luiza sofre agora com a intolerância e o preconceito nas redes sociais, infelizmente ainda presente", postou no Facebook.
Mais Notícias
Baha
Em época de chuva, os cuidados com as redes coletoras de esgoto precisam ser redobrados
Nenhuma rede de esgoto está projetada para receber água pluvial, que deve ser escoada pela rede de drenagem municipal.
24/04/2024 às 22h18
Brasil
Anac e ministério vão investigar morte de cão em voo da Gol
O cão Joca, de 5 anos, morreu após ter sido levado a cidade de Sinop, em Mato Grosso, a partir...
24/04/2024 às 21h30
Bahia
Sindicombustíveis diz que oferta de gasolina e diesel segue normal e nega declarações da Sindipetro
A Refinaria de Mataripe informa que as unidades responsáveis pela produção de gasolina e GLP, encontram-se em manutenção não-programada.
24/04/2024 às 20h57
Aramari
Polícia Civil prende mulher acusada de atacar outra com ácido
As investigações apontam ciúmes como motivação do crime ocorrido no município de Aramari.
24/04/2024 às 20h03
Feira de Santana
Suspeito de matar ex-companheira e esfaquear próprio filho é preso em Feira de Santana
O suspeito informou que o crime foi motivado por ciúmes.
24/04/2024 às 19h21
Brasil
Google proíbe publicidade política para as eleições municipais deste ano
Prevista para entrar em vigor em maio, nova regra foi tomada devido à resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
24/04/2024 às 18h23