Educação

Professores fazem 'trancaço' em frente à Uefs

De acordo com o professor Élson Moura, o objetivo da manifestação gira em torno de duas bandeiras, sendo que a primeira é denunciar o corte de orçamento das quatro universidades estaduais da Bahia e a outra é denunciar a omissão das reitorias.

29/07/2015 às 16h02, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso

Professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), que estão em greve há 79 dias, realizaram um ‘trancaço’ em frente a instituição na manhã desta quarta-feira (29), impedindo a entrada de alunos e funcionários. De acordo com o professor Élson Moura, o objetivo da manifestação gira em torno de duas bandeiras, sendo que a primeira é denunciar o corte de orçamento das quatro universidades estaduais da Bahia e a outra é denunciar a omissão das reitorias.

“É preciso esclarecer que existe uma heterogeneidade entre a posição dos reitores. O reitor Evandro e a vice-reitora Norma têm apresentado algumas questões, mas existem situações por parte de outras reitorias que nos fazem denunciar a omissão. Por exemplo, tivemos três dias de ocupação na secretaria estadual de Educação. Em certo momento o Governo do Estado colocou a Rondesp para tirar os professores e não houve a declaração pública de nenhum dos quatro reitores. Avaliamos isso como omissão”, disse.

O corte para as quatro universidades estaduais está em torno de 19 milhões de reais, em dois anos. Segundo o professor, no caso da Uefs o corte é 5,9 milhões de reais. Ele afirma que as negociações estão avançando em alguns pontos da pauta, mas que a reivindicação orçamentária não está andando.

“O governo nega incorporar ao acordo a suplementação para esse ano e se nega a projetar a recomposição desses 19 milhões de reais para 2016. Estamos discutindo com o governo e reconhecemos que existem alguns avanços, que gira em torno de três pontos. Estamos avançando a discussão da revogação da lei 7676, que fere a autonomia da universidade. Conseguimos colocar na pauta, mas ainda não foi assinado, o compromisso com os direitos trabalhistas, mas o orçamento é o nó que queremos destravar e que o governo tem colocado empecilho para avançar na discussão”, afirmou.

O reitor da Uefs, Evandro do Nascimento Filho, afirmou que o movimento docente tem autonomia para definir suas posições políticas e que se nesse momento o movimento trata de forma coletiva todas as reitorias como omissas, no caso da Uefs, isso não procede. Ele afirmou que tem dado declarações públicas sobre as dificuldades orçamentárias da instituição e que tem feito isso antes mesmo de se tornar reitor da Uefs, ainda no período de campanha.

“Após a posse também explicitamos essa dificuldade orçamentária. Talvez esperem uma posição mais enérgica da reitoria, mas estamos tranquilos, pois não nos furtamos em dizer que as universais estão prestes a ter a interrupção de seus serviços por falta de orçamento”, afirmou.

De acordo com Evandro, nesse momento existe uma iniciativa dos quatro reitores solicitando um grupo de trabalho com as secretarias de Administração, Educação e Planejamento, para estudarem o orçamento de 2015 e ainda pautarem a possibilidade de suplementação de orçamento para 2016.

“É uma discussão para que faça com que o orçamento de investimento, custeio e manutenção aumente em relação a esse ano para reverter essa situação de redução das verbas. O estado tem alegado que diante da crise nacional da economia, a arrecadação tem diminuído. Isso é um problema, mas as universidades têm demandas e que com o orçamento reduzido, em dois anos seguidos, chega a um momento que não temos mais como suportar. Apesar das dificuldades, queremos que o Governo do Estado tenha sensibilidade com essas questões”, afirmou, acrescentando que a greve leva ao atraso do calendário acadêmico, que deverá ser ajustado.

As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
 

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