Feira de Santana

Audiência pública debate possível fechamento da emergência do HGCA

O evento foi promovido pelo Movimento Feira em Pauta e não teve a participação de pessoas ligadas ao governo da Bahia.

25/06/2015 às 15h27, Por Maylla Nunes

Compartilhe essa notícia

Daniela Cardoso e Ney Silva

Representantes de segmentos diversos da área de saúde, que participaram de uma audiência pública na sede da Associação Comercial de Feira de Santana, não concordam com um possível fechamento do pronto-socorro do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) por conta da construção de um novo hospital estadual. O evento foi promovido pelo Movimento Feira em Pauta e não teve a participação de pessoas ligadas ao governo da Bahia.

A diretora do Hospital da Mulher, Charline Portugal, esteve presente ao debate. Ela defende a manutenção do pronto-socorro do Clériston Andrade. “Minha opinião, não só como profissional, mas como cidadã, é que com a ampliação, jamais pode deixar de reaproveitar aquilo que já tem. Se existe uma forma inadequada, então que possamos adequar essas estruturas para determinados fins, pois o Sistema Único de Saúde é claro, universal e igualitário e precisa de portas de entrada. Eu não acredito muito no sistema quando se pensa em abrir instituições e fechar outras”, destacou.

O enfermeiro Edklercio Mendonça, que é presidente do Instituto de Defesa da Dignidade Humana (IDDH), destacou a importância da audiência pública. “Quando se fala em um novo hospital em Feira de Santana, nós celebramos essa situação. A cidade precisa de um novo hospital, mas não que ele venha em substituição ao Clériston Andrade, que hoje atende com cerca de 148% da sua capacidade na emergência. Se abre um novo hospital e fecha a emergência do Clériston, para onde vai o excesso de pessoas?”, questionou.

A presidente da Fundação Hospitalar Gilberte Lucas diz que a ideia de se ter um novo hospital é importante, mas precisa sair do papel. “A discussão é a ampliação de leitos. Quando falamos disso, não é abrir um novo hospital e fechar o que já existe. A gente não pode trabalhar com essa visão. Quando a gente fala de saúde pública temos que ter várias portas de entrada. Não podemos depender de só um hospital geral. Feira de Santana já atende uma demanda grande”, afirmou.

O ex-deputado federal Colbert Martins Filho, que idealizou a audiência pública, acha que não adianta ter um novo hospital fechando a emergência do Clériston Andrade. “Os dois hospitais têm que funcionar. O novo hospital é importante, pois Feira está com um déficit muito grande de leitos. O Hospital Clériston Andrade atende mais de 100 municípios. O Hospital da Mulher atende 83 municípios e o HEC atende 74. Estamos falando de um atendimento regional, portanto se fecharmos o pronto-socorro do Clériston e abrir um novo hospital, é a mesma coisa de trocar seis por meia dúzia”, disse.

O coordenador do Movimento Feira em Pauta, radialista Leon Wanderley, disse que a discussão sobre o setor de saúde está só começando. “Vamos sair dessa discussão com um abaixo-assinado pelo não fechamento da emergência do Clériston e com uma audiência marcada na Câmara Municipal de Vereadores, entre outras ações para continuar a debater esse assunto”, informou.

Em resposta, o deputado Zé Neto informou ao Acorda Cidade que a emergência do Hospital Clériston Andrade não será fechada e sim, terá uma melhor regulação, com o auxílio de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Estamos falando de um novo hospital e de uma UPA, que será a maior da cidade, além de uma regulação melhor dentro da emergência, para a gente evitar que essa porta aberta do hospital tenha essa diversidade que vivemos hoje no Clériston. Não é que não vai ter emergência, na verdade vai ter uma UPA grande e uma emergência mais qualificada, ou seja, terá um filtro na UPA e a situação vai chegar mais regulada na emergência”, explicou.

Compartilhe essa notícia

Categorias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias

image

Rádio acorda cidade