Feira de Santana

Manifestações marcam primeira sessão itinerante da Câmara Municipal

O público presente na sessão foi principalmente formado por crianças de uma escola municipal e moradores do bairro Tomba.

17/06/2015 às 12h47, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso e Ney Silva

A primeira sessão itinerante da Câmara de Feira de Santana, realizada na manhã desta quarta-feira (17), na quadra de esportes do Sesc (Serviço Social do Comércio) no bairro Tomba, foi marcada por duas manifestações, sendo que uma delas foi em protesto pela morte de jovens negros e a outra pelo reconhecimento de dois loteamentos do conjunto Fraternidade , como sendo de Feira de Santana. O público presente na sessão foi principalmente formado por crianças de uma escola municipal e moradores do bairro Tomba.

“A realização dessa sessão itinerante foi um desejo que nós vereadores tínhamos para estarmos mais próximos da comunidade. Esse é um momento único para as pessoas se expressarem através do Poder Legislativo”, afirmou o presidente da Câmara, vereador Ronny. Ele disse que a partir de agora a Câmara Municipal vai atender a solicitação dos vereadores para que essas sessões possam ocorrer nos bairros e na zona rural.

O presidente Ronny informou que em agosto uma sessão itinerante já está marcada para um distrito e mais um bairro. Ele avaliou como positiva a sessão realizada hoje, com a oportunidade das pessoas se expressarem. A sessão itinerante é ordinária com o debate de projetos, avaliação e aprovação.

Manifestações

Portando faixa, cartazes e cruzes com as iniciais e idade de adolescentes mortos, um grupo de moradores do bairro Tomba e adjacências realizou um protesto durante a sessão itinerante da Câmara de Vereadores. A professora Sidnea Pedreira disse que a comunidade se mobilizou devido à violência e a falta de segurança.

Tia de um dos jovens mortos, Sidnea afirma que além da falta de segurança, as pessoas assassinadas não têm os crimes elucidados. “Vivenciamos a insegurança e ficamos sem poder ir e vir de forma tranquila. Sou tia de um jovem morto no ano passado aqui no Tomba e, além disso, tem avós, pais e mães que perderam seus filhos. Enquanto negros, que somos, queremos pedir o fim dessa violência, que tem dizimado pessoas que moram na periferia”, afirmou.

Comunidades cobram reconhecimento de área

Moradores dos loteamentos Jardim Aliança e Parque Viver, que se localizam no conjunto Fraternidade, também foram até o Sesc para assistir à sessão itinerante e se manifestaram cobrando uma solução para um velho problema: conseguir o reconhecimento das áreas desses loteamentos pelo poder público municipal de Feira de Santana.

À frente do movimento, o líder comunitário José Carneiro disse que por várias vezes os moradores foram até a câmara municipal cobrar cidadania. “Na verdade isso tramita na Assembleia Legislativa, mas o que os deputados dizem pra gente, tanto governistas como oposicionista, é que depende de um acordo entre as prefeituras de Feira de Santana e São Gonçalo dos Campos e os dois prefeitos não nos atendem”, afirmou.

Ele informou que devido a esse impasse de nenhuma das duas prefeituras reconhecer os dois loteamentos, vários serviços deixam de ser oferecidos à comunidade, a exemplo dos Correios e esgotamento sanitário. Outros, segundo o líder comunitário, são oferecidos de forma precária, como se fossem um favor.
 

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