Feira de Santana

Empresários pedem saída da micareta da Avenida Presidente Dutra

A proprietária de uma loja de móveis, Núbia Sampaio, afirmou que também se sente prejudicada com a realização da micareta na Avenida Presidente Dutra

20/05/2015 às 10h34, Por Kaio Vinícius

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Laiane Cruz

A micareta 2016 foi tema de nova reunião nesta terça-feira (19) entre a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e diversos segmentos de Feira de Santana, como empresários e grupos envolvidos na organização da festa. Na oportunidade, alguns empresários pediram a mudança do local do evento. 

A empresária do ramo de implementos agrícolas Maria Madalena propôs durante a reunião que a mudança de local da micareta. Segundo ela, a empresa sofre prejuízos durante o período da festa. Outra questão apontada foi a limpeza da avenida após o fim do festejo.

“O transtorno que causa é que a gente fica sem atender os nossos clientes. A gente tem contas a pagar, compromissos, responsabilidades com os nossos funcionários, e a gente tem que esperar acabar a festa para receber a mercadoria. Eu tive prejuízo porque tive que pagar contas dos cinco dias que deixei de vender e atender o cliente”, declarou a empresária.

A proprietária de uma loja de móveis, Núbia Sampaio, afirmou que também se sente prejudicada com a realização da micareta na Avenida Presidente Dutra. “Eu acredito que tudo evolui, a festa foi na Senhor dos Passos e saiu, já foi para a Getúlio Vargas e saiu, hoje está na Presidente Dutra e provoca congestionamento do trânsito, é ruim para os comerciantes, então acho que o poder público deve sim pensar em outra realidade. Eu não sou contra a festa, mas como empresária, que tenho meus custos para cobrir, sou contra o local onde a festa está sendo realizada.”

Durante a sua fala, a empresária justificou ainda a sua opinião, expondo os custos para manter o negócio. “Meu prédio é alugado e pago 12 mil reais de aluguel, tenho 9 funcionários, nenhum recebe apenas um salário, e tenho 16 mil reais de folha de pagamento. Além disso, eu pago na faixa de 30 a 35 mil reais por mês de imposto estadual. Durante a micareta fiquei de 4 a 5 dias sem vender nada. A minha opinião é que mude de local para que eu possa trabalhar e produzir, porque é isso que nós estamos precisando nessa cidade, afirmou.”

Atrações

Além de proprietários de estabelecimentos localizados no circuito da festa, participaram também da reunião empresários diretamente envolvidos na organização do evento, a exemplo do produtor de eventos Dyggs. Ele observou que a quantidade de atrações está muito grande para um percurso que considera pequeno.

“Fazendo uma comparação com Salvador, nós temos o percurso Barra-Ondina, que hoje é o principal percurso, de 4 km, e tem no máximo 20 atrações. Feira de Santana tem um percurso que chega à metade ou menos da metade e infelizmente chega a ter 46 atrações. Já teve ocasiões de ter 60 atrações no dia. E todo mundo sabe que existem bandas que se formam pouco tempo antes da micareta e ficam na porta na secretaria de cultura para tentar tocar”, avaliou.

Representando o espaço Quilombola, onde se busca a valorização da cultura afro, Lourdes Santana, solicitou a presença de uma ambulância de plantão para atender o público idoso que frequenta o espaço. Também solicitou melhorias na iluminação, a estrutura do camarim, do palco, e a decoração. “Você tem que ter um espaço bonito, com uma estrutura”, disse.

(Diretor de eventos da prefeitura, Naron Vasconcelos, à esquerda, prefeito José Ronaldo, ao meio, e secretário Rafael Cordeiro, à direita)

O secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Rafael Cordeiro, avaliou a reunião como positiva, onde foram ouvidas todas as propostas, a fim de se fazer um evento com mais qualidade no próximo ano. No entanto, ele ressaltou que as decisões nem sempre irão agradar a todos.

Com relação às bandas, o secretário afirma que todos os anos há críticas. “É uma grande vitrine, é um local que o artista tem para apresentar o seu trabalho. O número de bandas a gente sabe que nunca vai haver um número perfeito, essa equação realmente é bastante difícil, mas segue valorizando o artista local e nossa festa como um todo.”

Sobre a mudança da Presidente Dutra para outro local, o secretário informou que nunca haverá um circuito que agrade a todos. “Se mudar para outro lugar, pode ser que seja mais residencial e aí vão ser os moradores e não os comerciantes a reclamar. Se você mudar para outro local que também seja comercial, outros comerciantes de outras áreas também reclamem. Então acredito que a gente tem que equalizar, nunca a gente vai agradar a todo mundo”, opinou.

Ainda de acordo com ele, o circuito onde hoje acontece a festa já foi avaliado pelos órgãos de segurança, como o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar. “Comparado a outros locais ainda é o circuito mais adequado. São conceitos técnicos, e claro que vai haver resistências por parte daqueles que se sentem prejudicados”, finalizou.

As informações e fotos são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
 

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