Quem são, de onde vêm e por que fazem este trabalho? Conheça os artistas do semáforo

^{Danillo Freitas}

Eles entram em cena quando o semáforo acende sua luz vermelha e os veículos param. Equilibristas, malabaristas e demais pessoas que têm as ruas como palco principal tomam as faixas de pedestres e chamam atenção dos condutores garantindo um momento de descontração e arte.

A cena não tem hora ou data definida, seja nas Avenidas Presidente Dutra, Getúlio Vargas, Senhor dos Passos ou João Durval. Artistas anônimos de várias partes do Brasil e do mundo tiram o sustento dessa atividade.

Havana Garcia, argentina, 25 anos, e que há cinco se tornou artista da rua, chega à Getúlio Vargas no cruzamento com a Castro Alves às 8h e lá fica até as 18h. Ela informou que ganhava em torno de três salários mínimos onde nasceu, porém não era feliz.

Hoje Havana trabalha juntamente com seu companheiro, o Uruguaio Carlos, 19 anos. Eles se conheceram pelas ruas e desde então fazem malabarismos nas sinaleiras. “Um dia acordei e cansei da rotina que tinha, então senti a necessidade de fazer algo novo. É um sonho. Minha família no começo não aceitou, mas hoje me entende mais”, disse Havana.

Com uma média de R$ 70, ganhos a cada quatros horas de trabalho, o casal sobrevive dia após dia nas ruas, na maioria das vezes dormindo na rua. “Ganhamos muito mais dinheiro em Feira de Santana do que em Salvador. Aqui é melhor”, concluiu Carlos.

Viajando por todo o Brasil, o casal de malabaristas ainda deseja conhecer outros países. Eles afirmam que desfrutam muito das viagens. Há quatro meses na Bahia, além de Feira, eles passaram por Itabuna, Salvador e Itacaré.

Trata-se de um modo de viver alternativo em que o objetivo é viver cada dia, sem os estresses do mundo contemporâneo.

Fotos: Danillo Freitas/Acorda Cidade