Feira de Santana

Cerca de 270 funcionários da Pirelli podem ser afastados em acordo de suspensão temporária

Jackson Crispin Ramos esclareceu que a Pirelli não está demitindo e que está entrando no sistema de lay-off, que é prevista nas leis do governo federal e que, segundo ele, dá alguma seguridade ao trabalhador.

04/05/2015 às 18h10, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso

A fabricante de pneus italiana Pirelli deve concluir nesta semana a negociação com sindicatos para implementar um programa de suspensão temporária de contratos de trabalho ("lay-off"), que vai abranger 1,5 mil dos seus 12 mil funcionários no Brasil.

Em Feira de Santana, cerca de 20% dos funcionários devem ser afastados, segundo informou o Presidente do Sindborracha Bahia, Jackson Crispin Ramos. De acordo com ele, a empresa emprega na cidade 1.700 funcionários e uma faixa de 250 a 270 devem entrar no lay-off.

Jackson Crispin Ramos esclareceu que a Pirelli não está demitindo e que está entrando no sistema de lay-off, que é prevista nas leis do governo federal e que, segundo ele, dá alguma seguridade ao trabalhador.

“Existe uma negociação juntamente com o sindicato e a empresa para que esses trabalhadores não tenham perdas salariais e nem perdas em cima dos seus benefícios. Simplesmente vai ser uma suspensão de contrato. Não há demissões e a empresa deixou isso bem claro em reunião com o sindicato”, explicou.

Ainda de acordo com o sindicalista, na próxima quarta-feira (6) outra reunião de negociação será realizada para adequar os turnos e alguns valores que a empresa vai repassar. Além disso, o acordo deve ser assinando para garantir os direitos do trabalhador, sem demissão.

Segundo Jackson Crispin, o lay-off é necessário para a empresa devido as perdas que vem acontecendo ano a ano e também a queda da venda de automóveis no Brasil. Em Feira de Santana, conforme explicou, quase 15 mil pneus eram produzidos por dia, mas o número tem caído e atualmente, cerca de 12 mil pneus são produzidos diariamente.

O Presidente do Sindborracha Bahia explicou que o lay-off é uma suspensão temporária do contrato de trabalho, que pode valer de dois a cinco meses, mas que pode ser cancelado antes do período previsto, dentro de um acordo. Segundo ele, provavelmente os funcionários vão começar a ser afastados no próximo domingo (10). Jackson Crispin garantiu que o trabalhador não será prejudicado.

“Não haverá perda salarial para o funcionário, pois o governo vai pagar o seguro desemprego e a empresa vai entrar com a complementação do salário. Por exemplo, um funcionário que ganha 2 mil reais e o seguro desemprego é de 1,385 reais, o restante quem vai complementar é a empresa. O funcionário terá todos os benefícios como o vale alimentação, que foi um acordo entre empresa e sindicato, vai ter direito ao plano de saúde completo, FGTS completo e transporte para o curso de qualificação no Senai durante o período que ele ficar afastado. Isso tudo foi acordado entre sindicato e empresa”, destacou.

Perguntado sobre os critérios para escolher os trabalhadores que serão afastados, Jackson Crispin, informou que não existe um critério específico, mas que o sindicato pede uma atenção maior para as pessoas que tem filhos e para quem tem mais tempo na fábrica. “Não houve critérios, pois todos têm a mesma responsabilidade. Cabe a empresa fazer a seleção”, afirmou.

Será a primeira vez em 85 anos de atuação no país que a Pirelli recorrerá ao lay-off para ajustar sua produção. Se implementado, o la-yoff reduzirá a produção de pneus da Pirelli em mais de 14% no país ou o equivalente a um dia por semana nas quatro fábricas da companhia (RS, BA e duas em SP).

As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade 

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