No Rio de Janeiro

Feirense é eleita miss Black Power Brasil

O concurso foi promovido pelo Mercado di Preta e as idealizadoras Paula Azevixe e a Izabel Freitas, também são baianas. Maria Priscila conta que o concurso fez parte de outro evento de maior porte, que já é realizado há três anos.

13/11/2014 às 17h42, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso

Feirense do bairro Rua Nova, Maria Priscila de Jesus, 31 anos é a vencedora do primeiro concurso Miss Black Power Brasil, realizado no dia 9 de novembro no Rio de Janeiro, cidade onde ela mora atualmente. Apesar de estar morando no Rio, a vencedora do concurso fez questão de se inscrever como feirense, uma demonstração de orgulho pela sua cidade natal.

“Mesmo morando no Rio já há alguns meses, eu me inscrevi como baiana, feirense, para demarcar esse espaço. A gente não pode esquecer nossas origens e eu faço questão de o tempo inteiro reafirmar isso”, destaca.

O concurso foi promovido pelo Mercado di Preta e as idealizadoras Paula Azevixe e a Izabel Freitas, também são baianas. Maria Priscila conta que o concurso fez parte de outro evento de maior porte, que já é realizado há três anos.

“O evento é uma Feira de Mulheres Negras empreendedoras do Brasil. A cada ano esse evento acontece em um estado. Esse ano foi no Rio de Janeiro e as idealizadoras desse evento tiveram a ideia de aproveitar e organizar o concurso, com a perspectiva estética diferenciada, já que os concursos tradicionais de miss tem pouca representação da mulher negra, principalmente com o cabelo crespo”, explicou.

Maria Priscila informou que, inicialmente, o concurso teve um processo com votação pela internet, onde ela ficou em segundo lugar. As 12 candidatas mais votadas pela internet chegaram a etapa final do concurso, que tinha como pré-requisito ter o cabelo crespo e ter conhecimento político sobre a história dos negros no Brasil. A candidata que ficou em 2º lugar é baiana de Salvador e a 3ª colocada é mineira.

“A gente passou pela etapa de dança, desfile, mas também tínhamos que responder a perguntas da banca de jurados, que era formada por professores universitários, poetas, entre outras referências ligadas ao movimento negro. Foi uma proposta muito diferente e isso me atraiu muito, já que eu tenho apenas 1,55m e não teria chances de participar de um desfile de miss tradicional”, explicou.

A feirense destacou ainda suas influências com a cultura negra, que a ajudaram a vencer o concurso.

“Os critérios para a escolha da vencedora foram postura no desfile, vestimentas, a questão do cabelo, que eu mantenho natural há muito tempo, e também o discurso. Eu tenho uma trajetória ligada ao movimento negro de base. Minhas referências são de blocos afros de Feira de Santana, em especial o Afoxé Pomba de Malê, que meu pai e minha mãe fizeram parte da fundação. Durante a universidade fui vice-presidente de negros e negras da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e essas coisas contribuíram para minha trajetória”, afirmou.

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