Feira de Santana
Jovem de Feira de Santana é premiada em Harvard por pesquisa
Além dela, outra brasileira, a estudante Raissa Muller, de Novo Hamburgo (RS), 19 anos, também foi selecionada.
23/10/2014 às 08h34, Por Andrea Trindade
Andrea Trindade
A jovem Georgia Gabriela da Silva Sampaio, 19 anos, de Feira de Santana, vai participar de uma conferência no campus de Harvard, nos Estados Unidos, para expor seu projeto para investidores do mundo inteiro e conhecer a universidade. Ela criou um kit para diagnosticar a endometriose, de forma mais rápida e um custo inferior, e foi premiada em um programa que incentiva projetos inovadores de empreendedorismo social promovido por alunos da universidade norte-americana.
Leia também: Projeto de estudante feirense é pré-selecionado por universidade de Harvard
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Além dela, outra brasileira, a estudante Raissa Muller, de Novo Hamburgo (RS), 19 anos, também foi selecionada. No total foram 80 inscritos. Três participantes do Sri Lanka, Nepal e Filipinas foram premiados.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Georgia contou que a ideia de pesquisar sobre a endometriose surgiu quando percebeu o contexto social que a doença tem. “A endometriose é uma doença que atinge aproximadamente seis milhões de mulheres no Brasil e 170 milhões no mundo. O tratamento da doença é muito caro e o diagnóstico também. Como o sintoma principal é a dor durante a menstruação, as mulheres passam muito tempo sem procurar tratamento. A média de atraso é de sete anos e enquanto isso a endometriose vai avançando em estágios piores”, afirmou.
Geórgia conta que quando percebeu esse contexto social, pensou na criação de um diagnóstico que fosse barato e praticável para incluir nos serviços públicos e poder dar acesso a todas as mulheres. “Muitas mulheres não têm condições para poder pagar o tratamento e ficam excluídas desses serviços médicos, então eu pensei nessa criação”, disse.
Sidinei da Silva Sampaio, mãe de Geórgia, conta que a filha sempre foi muito aplicada e determinada nos estudos. Ela não esconde o orgulho e a alegria de acompanhar a trajetória de estudos da filha, que se formou no ensino médio no ano passado em uma escola particular da cidade, onde ela era bolsista.
Geórgia também reconhece sua dedicação pelos estudos. Ela já passou em três vestibulares, dois na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e um na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), porém não ingressou em nenhum deles, pois está se preparando para fazer vestibular em uma universidade fora do Brasil.
“Pretendo fazer Engenharia Mecatrônica aqui no Brasil, mas meu plano é passar em uma universidade fora do país. Como a grade curricular é mais aberta, eu posso fazer Engenharia Mecatrônica e dar continuidade ao meu projeto da endometriose ao mesmo tempo. Já fiz e passei em três vestibulares, um para Engenharia da Computação, outro para Engenharia Civil e outro para Engenharia Elétrica”, informou a jovem pesquisadora ao Acorda Cidade.
Segundo o site G1, o evento realizado pela primeira vez por um grupo de alunos, ex-alunos e professores de Harvard, chamado de “Village to Raise a Child” (significa “Vila por Trás do Jovem”), tem objetivo de tornar conhecidas ideias que impactem a comunidade em que os autores vivem. “A ‘vila’ significa bairro, comunidade, escola ou qualquer grupo social por trás desse jovem. O brasileiro Renan Ferreirinha Carneiro, de 20 anos, integra a comissão organizadora do evento e cursa o 2º ano de economia e ciências políticas em Harvard.
A segunda brasileira vencedora é a estudante do ensino técnico em química Raíssa Muller. Segundo o G1, ela criou uma espécie de esponja que repele água e absorve óleo e poderia, por exemplo, ser utilizada em acidentes com derramamento de óleo no mar. “É um filtro que funciona com criptomelano, que é um mineral pouco conhecido e tem como propriedade ser poroso. No primeiro processo aumentei a tamanho do poros e no segundo fiz uma cobertura de silicone para repelir água e absorver óleo.”
Ainda segundo o G1, nenhuma substância química tem esse poder, segundo Raíssa, que lembra que a palha de milho também é usada para este fim, mas depois precisa ser queimada. “Ao utilizar o filtro, o óleo pode ser absorvido e recuperado depois para que seja revendido, e o filtro pode ser reutilizado.” Raíssa vai concluir o ensino técnico de quatro anos em 2015, e pretende em seguida disputar uma vaga em uma universidade americana, para mesclar estudos de psicologia e neurociência.
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