Saúde

Médico esclarece sobre o Transtorno Obsessivo-Compulsivo

Além da interferência nas atividades, os sintomas obsessivo-compulsivos (SOC) causam incômodo e angústia aos pacientes e seus familiares.

13/09/2014 às 05h58, Por Maylla Nunes

Compartilhe essa notícia

Daniela Cardoso e Ney Silva

O transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é considerado o quarto diagnóstico psiquiátrico mais frequente na população. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano 2020 o Transtorno Obsessivo-Compulsivo estará entre as dez causas mais importantes de comprometimento por doença. Além da interferência nas atividades, os sintomas obsessivo-compulsivos (SOC) causam incômodo e angústia aos pacientes e seus familiares.

Apesar de ter sido descrito há mais de um século e dos vários estudos publicados até o momento, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo ainda é considerado um ‘enigma’. Questões como a descoberta de possíveis fatores etiológicos, diversidade de sintomas e como respondem aos tratamentos, continuam sendo um desafio para os pesquisadores.

Em busca de esclarecimentos sobre o TOC, o Acorda Cidade conversou com o médico psiquiatra Leonardo Barreto, que explicou que a pessoa com transtorno obsessivo-compulsivo pode apresentar sintomas muitos leves, até que possam evoluir para um comprometimento maior. Segundo ele, a doença tem um curso muito variado para início dos sintomas, podendo se iniciar na infância, na adolescência ou na idade adulta, e por isso, existe a possibilidade dos sintomas já começarem de forma intensa.

“Existe uma frenquencia maior de detectarmos esses sintomas no início da fase adulta, pois pode coincidir com marcos importantes da vida pessoal e social, como o ingresso na faculdade ou casamento. A partir daí existe a possibilidade de marcar melhor esses sintomas e chegar a um diagnóstico”, afirmou o médico.

Ainda segundo explicou, a pessoa com sintomas obsessivos e compulsivos pode deixar a rotina ou comprometer o funcionamento diário das atividades, em detrimento do funcionamento alterado, das ações repetitivas, o que, de acordo com o médico, gera muito sofrimento, não só para a pessoa, mas para quem convive com ela.

Leonardo Barreto disse também que o TOC já foi tratado como um caso de ansiedade, mas que hoje existe um entendimento maior de que o TOC é uma entidade a parte, que faz parte de um grupo de doenças.

“Estudos brasileiros recentes dão conta que em torno de 60% a 70% das pessoas com TOC vão desenvolver também algum transtorno depressivo. Isso aumenta as chances de que a pessoa tenha mais prejuízos na vida”, afirmou Leonardo, acrescentando que o tratamento do TOC é multiprofissional.

“Precisamos informar bem o paciente e a família em um trabalho que chamamos de psicoeducação, e o paciente vai, junto conosco, buscar mais informações sobre a doença para possibilitar um melhor reconhecimento de sintomas”, concluiu. 

Compartilhe essa notícia

Categorias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias

image

Rádio acorda cidade